Ontem fomos ver o Benfica - Sporting aqui
O jogo foi sem interesse.
Valeu o bitoque, a Sagres, a bica bem tirada.
Portugalidades.
domingo, 30 de setembro de 2007
Quem anda à chuva...
molha-se. Literalmente.
Esta aprendi mesmo por cá.
Não tenho um único casaco que não meta água, mas também não tenho nenhum casaco por muito fresco e "de Verão" que seja que nunca tenha sido posto à prova a sério.
Ontem foi mesmo dia de andar à chuva...
(já tentei por diversas vezes andar de bicicleta com o guarda chuva, mas não consigo. Toda a gente anda, mas qualquer guarda chuva em cima da minha bicicleta vira-se ao contrário! Já para não falar no efeito Mary Poppins para a frente e para trás... Não dá. Tenho mesmo de confiar na impermeabilidade dos meus casacos!)
Esta aprendi mesmo por cá.
Não tenho um único casaco que não meta água, mas também não tenho nenhum casaco por muito fresco e "de Verão" que seja que nunca tenha sido posto à prova a sério.
Ontem foi mesmo dia de andar à chuva...
(já tentei por diversas vezes andar de bicicleta com o guarda chuva, mas não consigo. Toda a gente anda, mas qualquer guarda chuva em cima da minha bicicleta vira-se ao contrário! Já para não falar no efeito Mary Poppins para a frente e para trás... Não dá. Tenho mesmo de confiar na impermeabilidade dos meus casacos!)
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
H.R.
Na PLT quando querem recrutar uma nova pessoa normalmente pedem a um colega para fazer uma breve entrevista, para avaliar se o candidato se adapta ou não à equipa.
Há 3 meses atrás aquando da reestruturação do departamento, pediram-me para entrevistar uma candidata para a linha espanhola, italiana e portuguesa.
Chegado o dia e a hora da entrevista lá fomos a R. e eu, de CV em punho prontas para fazer o nosso papel.
Galega, 26 anos, acabada de chegar à Holanda, a I. era a verdadeira imagem da artista e estudante de cinema, parecia acabada de sair da FCSH no seu estilo alternativo. Nascida e criada em Santiago de Compostela, estava de momento a viver em Rotterdam, e a empatia foi imediata.
A meio da entrevista batem à porta... era o A. que cheio de ciúmes por nunca ter feito uma entrevista na vida foi pedir para participar também!
Ali ficámos os 4 na amena cavaqueira,a contar histórias e a rir, até que tiveram nos vir chamar porque estávamos à seria esquecidos do tempo... Deve ter sido a entrevista de emprego mais descontraída que ela teve!
Se fosse por mim, ela ficava. E ficou.
Hoje, 3 meses depois, foi o seu último dia de trabalho.
Arranjou uma bolsa e amanhã parte para Cuba para fazer um curso de cinema... eu bem disse que me identifiquei com ela...
E se dúvidas houvesse, ficou confirmado: não nasci para ser gestora de recursos humanos!
Há 3 meses atrás aquando da reestruturação do departamento, pediram-me para entrevistar uma candidata para a linha espanhola, italiana e portuguesa.
Chegado o dia e a hora da entrevista lá fomos a R. e eu, de CV em punho prontas para fazer o nosso papel.
Galega, 26 anos, acabada de chegar à Holanda, a I. era a verdadeira imagem da artista e estudante de cinema, parecia acabada de sair da FCSH no seu estilo alternativo. Nascida e criada em Santiago de Compostela, estava de momento a viver em Rotterdam, e a empatia foi imediata.
A meio da entrevista batem à porta... era o A. que cheio de ciúmes por nunca ter feito uma entrevista na vida foi pedir para participar também!
Ali ficámos os 4 na amena cavaqueira,a contar histórias e a rir, até que tiveram nos vir chamar porque estávamos à seria esquecidos do tempo... Deve ter sido a entrevista de emprego mais descontraída que ela teve!
Se fosse por mim, ela ficava. E ficou.
Hoje, 3 meses depois, foi o seu último dia de trabalho.
Arranjou uma bolsa e amanhã parte para Cuba para fazer um curso de cinema... eu bem disse que me identifiquei com ela...
E se dúvidas houvesse, ficou confirmado: não nasci para ser gestora de recursos humanos!
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Posts e comentários
Os blogs são como livros com direito a resposta.
Há uns tempos atrás ouvi/li alguém (Miguel Esteves Cardoso/Rui Zink??? não me lembro) dizer que fazia anotações nas margens dos livros porque os livros não permitem resposta.
Com os blogs isso acabou. Toda a gente pode dar a sua opinião/comentário/resposta/conselho, basicamente meter a sua colherada, dar o seu parecer, emitir o seu juízo sobre isto ou aquilo, quer tenha muito ou pouco a ver com o post original.
Nunca escrevi um livro, e no meu blogzito modesto apenas comentam pessoas que me conhecem (e é apenas para vocês e para mim que eu escrevo), mas imagino que quando se publica um livro não se consiga imaginar as multiplas interpretações que pode ter.
O autor escreve com uma ideia e logo nós criamos a nossa quando lemos e a maioria das vezes essas ideias não se cruzam.
Mas quando se escreve no blog estamos sempre sujeitos a resposta, e ela vem nua e crua como a verdade junto ao nosso post (podemos apaga-lo, mas há sempre um momento em que a opinião é pública).
Essa opinião vai depois influenciar quem lê o post original. O comentário passa a fazer parte do post, e é ele próprio sujeito a interpretações.
É de facto uma nova maneira de comunicação. Talvez não seja assim tão nova, eu é que sou nova nestas coisas.
Isto tudo não deixa de ser estranho.
Há uns tempos atrás ouvi/li alguém (Miguel Esteves Cardoso/Rui Zink??? não me lembro) dizer que fazia anotações nas margens dos livros porque os livros não permitem resposta.
Com os blogs isso acabou. Toda a gente pode dar a sua opinião/comentário/resposta/conselho, basicamente meter a sua colherada, dar o seu parecer, emitir o seu juízo sobre isto ou aquilo, quer tenha muito ou pouco a ver com o post original.
Nunca escrevi um livro, e no meu blogzito modesto apenas comentam pessoas que me conhecem (e é apenas para vocês e para mim que eu escrevo), mas imagino que quando se publica um livro não se consiga imaginar as multiplas interpretações que pode ter.
O autor escreve com uma ideia e logo nós criamos a nossa quando lemos e a maioria das vezes essas ideias não se cruzam.
Mas quando se escreve no blog estamos sempre sujeitos a resposta, e ela vem nua e crua como a verdade junto ao nosso post (podemos apaga-lo, mas há sempre um momento em que a opinião é pública).
Essa opinião vai depois influenciar quem lê o post original. O comentário passa a fazer parte do post, e é ele próprio sujeito a interpretações.
É de facto uma nova maneira de comunicação. Talvez não seja assim tão nova, eu é que sou nova nestas coisas.
Isto tudo não deixa de ser estranho.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
A M. faz 6 meses
À M. estão de certeza reservados grandes feitos, grandes experiências, uma grande vida. Tenho mesmo a certeza disso. Ainda ninguém sabe bem porquê mas o mundo precisa dela, mais do que da maioria de nós. E por isso ela tinha de nascer.
A gravidez foi desejada durante bastante tempo.
Depois, no princípio muito a medo, lá soubemos que vinha aí mais um baby na família.
A irmã da M. nasceu um mês antes do previsto, há 5 anos (quase 6!) atrás. Todos nós pensámos que a M., claro (e que ignorantes, nós...) também se adiantaria 1 mês. Tudo nos conformes, previsto com alguma (pouca) incerteza para o fim de semana do 25 de Abril.
Na semana entre 19 e 23 de Março, ainda a 1 mês da nossa previsão insisti com a mãe da M. para tentar saber datas com mais exactidão... é no dia 25, ou afinal será a 27? Eu na minha condição de tia teria de estar presente em todo o acontecimento e não poderia arriscar tirar férias para depois ela não nascer/já ter nascido. Já para não falar de ter de reservar voo com a devida antecedência...(que egoísta, eu)
Acho que não dá para descrever o que senti quando no sábado de manhã, dia 24 de Março, me ligou a minha mãe a dizer que ela tinha nascido.
Mas nasceu como, quando, porquê? Não era suposto... ela tinha pelo menos ainda 4 semanas de gestação no mínimo!
A seguir veio um sentimento (que soube mais tarde pela Z. que é normal - ela também vive longe e sente a mesma coisa) de que "aconteceu alguma coisa e ninguém me quer dizer". Horrível. Toda a gente a jurar que dentro do possível estava tudo bem e eu sem conseguir acreditar...
Chorei até quase não poder mais.
(e no entretanto pus-me a fazer o urso-feito-à-pressa)
No dia seguinte meti-me no avião e fui directa do aeroporto ao hospital.
Tudo estranho.
Ao fim de algumas insistências lá me deixaram entrar na sala de cuidados intermédios para a ver durante 2 segundos.
É aquela ali (qual?) - aquela 2ª incubadora a contar da direita, ali no meio com uma manta branca por cima. Lá dentro o bebé mais pequeno que eu já tinha visto, cheia de fios e luzes e ecrãs com batimentos cardíacos e toda uma parafernália de equipamento que não se sabe para que serve.
OK.
Já a viste agora tens de ir embora.
Vi?
Só no dia seguinte a consegui de facto ver. Depois de uma grande manobra de persuasão lá consegui passar 1 minuto sozinha a olhar para ela.
Mínima e tão grande ao mesmo tempo. Dentro da sua caixinha transparente, a bocejar.
Chorei outra vez.
É incrível a nossa capacidade de relativizar as situações.
Muitas das preocupações que se têm com bebés que nascem "normalmente" parecem profundamente fúteis quando se depara com situações como esta.
Ali tomámos todos contacto com uma realidade diferente, que não aparece nos anúncios das papas e das fraldas.
A realidade dos pais que vão para casa sem os bebés. Dos pais que vivem longe e têm de ficar na pensão ao lado do hospital semanas a fio. A realidade das mães que não podem pegar ao colo nos seus filhos.
As coisas mais simples ganham de facto outra dimensão.
Toda a nossa vida ali em suspenso em menos de 2kg de gente.
Cada pequeno passo é uma vitória. E a M. ultrapassou etapa após etapa a uma velocidade estonteante. Aprendizagens que se fazem em semanas ela fez em dias, e praticamente 1 semana depois de nascer pode finalmente ir para casa (ainda a tempo de passar 1 dia comigo).
Nesse dia pude finalmente vê-la livre de fios e máquinas, pegar-lhe ao colo, cheira-la, ouvi-la, torna-la um bocadinho mais minha.
E ela ali no berço emanava uma energia tão positiva, uma calma e uma tranquilidade que deixava transparecer que tudo ia correr bem.
Tudo ia acabar bem.
Nesse dia tive a certeza de que esta miúda estão reservadas coisas extraordinárias.
Tenho a certeza absoluta.
sábado, 22 de setembro de 2007
Post para o G.
Já se sabia que este dia uma dia ia chegar...supostamente teria sido antes uma vez e depois outra vez, mas tu foste decidindo ficar.
Agora não.
À terceira foi de vez.
Apesar de tudo, acho que só com tempo vou acreditar que foste embora.
Apesar de ver o teu quarto vazio, parece que foste só ali fazer uma viagem e já voltas. Não voltas, no fundo eu sei.
Tal como não voltam os tempos que passámos aqui os três.
É um ciclo que se fecha aqui e agora.
Podes ir onde quiseres. Vais ter sempre um lugar para ficar na nossa casa.
Agora não.
À terceira foi de vez.
Apesar de tudo, acho que só com tempo vou acreditar que foste embora.
Apesar de ver o teu quarto vazio, parece que foste só ali fazer uma viagem e já voltas. Não voltas, no fundo eu sei.
Tal como não voltam os tempos que passámos aqui os três.
É um ciclo que se fecha aqui e agora.
Podes ir onde quiseres. Vais ter sempre um lugar para ficar na nossa casa.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
E a propósito da encomenda fiquei a pensar que estamos mesmo crescidos!
Vejo as fotografias de sábado e vejo-nos a todos naquela mesma casa a fazer filmagens há mais de 10 anos. Pensar que somos o mesmo grupo dos tempos do colégio...
Tenho muito orgulho em todos nós, por nos mantermos assim unidos, por continuarmos a querer estar juntos mesmo que a quilómetros de distancia...
Tenho orgulho porque além de sermos os amigos das jantaradas, somos também os amigos das preocupações, das lágrimas nas despedidas, das esperas na maternidade, do messenger, do amigo invisível, das despedidas de solteiro, das noitadas de conversa, das festarolas de fim de ano, das festas surpresa, dos casamentos na praia, das viagens à Holanda, das sms com mega-novidades, das surpresas na caixa do correio...
Tal como a minha família, vocês são a minha herança, e vêm comigo para todo o lado.
Vejo as fotografias de sábado e vejo-nos a todos naquela mesma casa a fazer filmagens há mais de 10 anos. Pensar que somos o mesmo grupo dos tempos do colégio...
Tenho muito orgulho em todos nós, por nos mantermos assim unidos, por continuarmos a querer estar juntos mesmo que a quilómetros de distancia...
Tenho orgulho porque além de sermos os amigos das jantaradas, somos também os amigos das preocupações, das lágrimas nas despedidas, das esperas na maternidade, do messenger, do amigo invisível, das despedidas de solteiro, das noitadas de conversa, das festarolas de fim de ano, das festas surpresa, dos casamentos na praia, das viagens à Holanda, das sms com mega-novidades, das surpresas na caixa do correio...
Tal como a minha família, vocês são a minha herança, e vêm comigo para todo o lado.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Negação
Por enquanto acho que ainda não estou bem a ver...
Apesar da guitarra dentro da caixa, da mochila com o saco-cama na sala, do cantil na cozinha e de toda a revolução que vai no quarto, acho que ainda não caí em mim (arrisco dizer que ainda não caímos em nós).
Sinceramente acho que só vou acreditar no sábado de manhã, ou 10 dias depois quando regressarmos os dois de Portugal sozinhos.
Não é nenhuma drama e ninguém morre por causa disso, mas que vai ser estranho, vai.
Se fosse eu a escolher seríamos 3 por cá até ao fim.
Apesar da guitarra dentro da caixa, da mochila com o saco-cama na sala, do cantil na cozinha e de toda a revolução que vai no quarto, acho que ainda não caí em mim (arrisco dizer que ainda não caímos em nós).
Sinceramente acho que só vou acreditar no sábado de manhã, ou 10 dias depois quando regressarmos os dois de Portugal sozinhos.
Não é nenhuma drama e ninguém morre por causa disso, mas que vai ser estranho, vai.
Se fosse eu a escolher seríamos 3 por cá até ao fim.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
No meu bairro...
...tal como um pouco por toda a Holanda as crianças brincam na rua e nos parques infantis que há aos pontapés nas zonas residenciais. Tal como se via há 20 anos em Portugal, aqui os miúdos brincam à solta, andam de patins, de bicicleta, fazem corridas, andam de baloiço, sobem para os barcos estacionados no canal, fazem desenhos a giz no passeio, e quando chega o pôr do sol recolhem cada uma à sua casa.
No meu bairro os meninos são (literalmente) de todas as raças, e brincam todos juntos sem lhes fazer confusão. E muitas vezes têm daquelas brincadeiras parvas, mas tão parvas (tipo atirar areia uns aos outros, andar de bicicleta com os patins nos pés, abanar o baloiço...) que nós daqui da janela dizemos aquela frase típica das mães que nos irritava profundamente - "Isso vai acabar mal!" E volta e meia deve acabar mesmo com um ou outro a ir para casa a chorar...
No outro dia estava um grupo a jogar à bola quando esta, num remate mais forte, foi parar ao telhado do café/associação do bairro. Como é óbvio (e quem nunca fez isto não teve infância!) toca de subir dois ou três para a ir buscar, e claro, como a coisa até tem piada toca de continuar a jogar à bola em cima do telhado...
Bola para cá bola para lá, chegou a altura de descer.
Desce o primeiro (o maior), um pé aqui, outro ali, esperneia um bocado, e com a ajuda dos mais novos que estavam em cima lá conseguiu descer. Bem, se o maior precisou da ajuda dos mais novos para descer, como vão fazer os outros dois agora?? (como é óbvio o maior nesta altura já tinha retomado o jogo cá em baixo com o resto dos miúdos, porque a bola - essa sim imprescindível -já estava cá em baixo).
Não foi preciso esperar muito tempo. Em menos de nada estavam lá - à holandesa, sempre aparecem vindos do nada quando mais são precisos - dois polícias chegados de bicicleta que além de ajudarem os outros a descer ainda lhes pregaram um belo sermão!
Esta acho que não voltam a repetir tão cedo!
Mas isto, esta mesma situação, este pequeno episódio aparentemente sem importância é o espelho deste país.
Acreditem em mim.
No meu bairro os meninos são (literalmente) de todas as raças, e brincam todos juntos sem lhes fazer confusão. E muitas vezes têm daquelas brincadeiras parvas, mas tão parvas (tipo atirar areia uns aos outros, andar de bicicleta com os patins nos pés, abanar o baloiço...) que nós daqui da janela dizemos aquela frase típica das mães que nos irritava profundamente - "Isso vai acabar mal!" E volta e meia deve acabar mesmo com um ou outro a ir para casa a chorar...
No outro dia estava um grupo a jogar à bola quando esta, num remate mais forte, foi parar ao telhado do café/associação do bairro. Como é óbvio (e quem nunca fez isto não teve infância!) toca de subir dois ou três para a ir buscar, e claro, como a coisa até tem piada toca de continuar a jogar à bola em cima do telhado...
Bola para cá bola para lá, chegou a altura de descer.
Desce o primeiro (o maior), um pé aqui, outro ali, esperneia um bocado, e com a ajuda dos mais novos que estavam em cima lá conseguiu descer. Bem, se o maior precisou da ajuda dos mais novos para descer, como vão fazer os outros dois agora?? (como é óbvio o maior nesta altura já tinha retomado o jogo cá em baixo com o resto dos miúdos, porque a bola - essa sim imprescindível -já estava cá em baixo).
Não foi preciso esperar muito tempo. Em menos de nada estavam lá - à holandesa, sempre aparecem vindos do nada quando mais são precisos - dois polícias chegados de bicicleta que além de ajudarem os outros a descer ainda lhes pregaram um belo sermão!
Esta acho que não voltam a repetir tão cedo!
Mas isto, esta mesma situação, este pequeno episódio aparentemente sem importância é o espelho deste país.
Acreditem em mim.
Frio
Está um briol tão grande, mas tão grande, que arrisco dizer que vem aí um inverno daqueles... (o inverno passado foi assim digamos que...fraquinho)
Já ando com o meu casaco encarnado (que usava durante todo o inverno em Portugal), e já me apetece um belo par de luvas quando vou de bicicleta (reformulo: recuso-me a andar de luvas nesta altura do ano e como consequência fico com os dedos gelados e as unhas assim a dar para o roxo!).
Estou aqui estou a ir ligar o aquecimento!
E estamos a meio de Setembro, sim senhor... isto promete.
Já ando com o meu casaco encarnado (que usava durante todo o inverno em Portugal), e já me apetece um belo par de luvas quando vou de bicicleta (reformulo: recuso-me a andar de luvas nesta altura do ano e como consequência fico com os dedos gelados e as unhas assim a dar para o roxo!).
Estou aqui estou a ir ligar o aquecimento!
E estamos a meio de Setembro, sim senhor... isto promete.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Ao telefone com a J., uma voz ao fundo:
-Ó mãe diz à tia Mary... diz à tia Mary... que eu tenho as unhas cor-de-rosa!
E a tia Mary, graças à C. (que não é tia C. sabe-se lá porquê!), já pode ver as tuas unhas cor-de-rosa nas fotografias do jantar de sábado.
(e pode também matar um bocadinho de saudades - muito obrigada!)
-Ó mãe diz à tia Mary... diz à tia Mary... que eu tenho as unhas cor-de-rosa!
E a tia Mary, graças à C. (que não é tia C. sabe-se lá porquê!), já pode ver as tuas unhas cor-de-rosa nas fotografias do jantar de sábado.
(e pode também matar um bocadinho de saudades - muito obrigada!)
Imaginação
Nas casas das pessoas organizadas aproveita-se o calor do forno para secar os panos da cozinha. Esta foi a P. que nos ensinou quando veio cá no fim do ano.
Nas casas das pessoas desorganizadas (e com imaginação) aproveita-se o calor do forno para secar boxers!
A ideia foi minha, mas era só uma piada...
domingo, 16 de setembro de 2007
Rugby
Ontem fui ver o jogo contra a Nova Zelândia sozinha ao Coco's bar na Rembrandtplein.
Foi o verdadeiro espírito desportivo, com uma sala cheia de All Blacks que não deixaram de aplaudir genuinamente as pequenas vitórias da nossa selecção.
Na minha opinião a grande diferença entre as selecções não estará tanto na técnica (apesar de se notar a diferença, claro), mas na preparação física dos jogadores.
Pertencemos de facto a campeonatos diferentes, mas estarmos no mesmo é um orgulho.
E é de mim ou jogámos mesmo muita bem?
Foi o verdadeiro espírito desportivo, com uma sala cheia de All Blacks que não deixaram de aplaudir genuinamente as pequenas vitórias da nossa selecção.
Na minha opinião a grande diferença entre as selecções não estará tanto na técnica (apesar de se notar a diferença, claro), mas na preparação física dos jogadores.
Pertencemos de facto a campeonatos diferentes, mas estarmos no mesmo é um orgulho.
E é de mim ou jogámos mesmo muita bem?
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Just Girls
Jantar de meninas. 4 nacionalidades diferentes. Restaurante tailandês em pleno Jordaan. Conversas de mulheres. Risos. Cumplicidades.
Às vezes adoro estar cá.
Às vezes adoro estar cá.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
1º ano
O meu sobrinho T. teve hoje o seu 1º dia da 1ª classe!!!
Estava como é óbvio no excitex, e lá foi com a sua mochila do Batatoon com todo o material devidamente identificado lá dentro (como bom 3º filho que é, é muito cioso das suas coisas - como eu o compreendo...).
Está feliz!
Ai o meu menino, que está tão grande!!!
Estava como é óbvio no excitex, e lá foi com a sua mochila do Batatoon com todo o material devidamente identificado lá dentro (como bom 3º filho que é, é muito cioso das suas coisas - como eu o compreendo...).
Está feliz!
Ai o meu menino, que está tão grande!!!
Desmotivação
Nestas últimas semanas andava tão desmotivada, mas tão desmotivada, que tinha de fazer um super esforço para conseguir aguentar o dia, parecia que tinha o peso do mundo nas costas, sem vontade de fazer NADA! A falta de férias e o magnífico clima deste país ainda contribuíam mais para a falta de forças...
Nestes últimos dias tenho andado tão ocupada, mas tão ocupada e com tanto stress que o dia passa a correr e nem tenho tempo de pensar se me apetece ou não fazer seja o que for.
Remédio santo.
Nestes últimos dias tenho andado tão ocupada, mas tão ocupada e com tanto stress que o dia passa a correr e nem tenho tempo de pensar se me apetece ou não fazer seja o que for.
Remédio santo.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Uma das coisas que eu mais gosto neste país é a diversidade de culturas. Só por isso já vale a pena viver aqui.
Hoje no jornal Metro vinha uma secção especial dedicada ao Ramadan Festival
Isto sim, é a multiculturalidade.
Hoje no jornal Metro vinha uma secção especial dedicada ao Ramadan Festival
Isto sim, é a multiculturalidade.
Fúrias
Tentativas do T. para ver o Portugal x Sérvia: no meu computador, no computador do G., trocas e baldrocas e paragens na emissão (via net)... palavrões e falta de paciência... troca de computador outra vez. O meu computador está sem som. Palavrões, palavrões, palavrões e nomes ao computador, à placa de som e aos auriculares. Mais tentativas. Voltou o som mas não a emissão. Investida pelas rádios nacionais e locais... até que...
O T. está a ouvir o Portugal x Sérvia na Rádio Voz de Alenquer e o comentador não diz os L !!! LOL
Conclusões:
1) Ainda bem que não era o SLB, caso contrário o computador tinha mesmo ido pela janela
2) Não há nada que não se encontre na internet!
O T. está a ouvir o Portugal x Sérvia na Rádio Voz de Alenquer e o comentador não diz os L !!! LOL
Conclusões:
1) Ainda bem que não era o SLB, caso contrário o computador tinha mesmo ido pela janela
2) Não há nada que não se encontre na internet!
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Mr. Brooks
Hoje fomos outra vez ao cinema, desta vez a três.
Pegámos no Weekly (jornal cultural em inglês) e toca a escolher:
1ª tentativa - "O ano que os meus pais saíram de férias"no KIT Tropentheater. Filme brasileiro, deve ser numa pequena associação cultural, bora lá. 20 minutos em bicicleta depois e estamos no hall do Tropenmuseum com uma multidão de gente, uns bastante aperaltados há que referir, a grande maioria a falar brasileiro. A nata da sociedade brasileira de Amsterdam. Bilhetes para o filme? Esgotadíssimo!
(isto é o que mais me enerva nesta cidade. A oferta cultural é imensa, correcto, mas ou bem que é tão alternativa tão alternativa que somos nós, um travesti e um gandulo a assistir - prometo fazer um post sobre a experiência do Iluseum - ou bem que é tão concorrido que esgota meses antes. Não dá para ir ver um concerto de jeito porque quando sabemos da existência tipo 3 meses antes já está "sold out sold out sold out" pufffff....)
2a tentativa - o que quer se estivesse no Kriterium. Pelo caminho um belo passeio por uma Amsterdam desconhecida (as coisas que se perdem quando ficamos em casa...). Esta cidade é um ovo, quando parece que estamos super longe damos de caras com um sítio conhecido. E continua com a capacidade de nos encantar.
Ultima sessão tinha sido às 20h.
Outra incompatibilidade com a cidade - os horários (e não aprendemos, nós...)
3a tentativa - Mr. Brooks no Pathé de Munt (o equivalente ao Lusomundo cá do sítio). Claro que os tugas chegam em cima da hora, cheios de fome, um simpático ainda nos ofereceu uns descontos que dão no Albert Hein e não pagámos um bilhete (eh eh eh), corre para comprar qualquer coisa para comer, venham nachos, pipocas, cervejas e água, e quando entramos na sala já estavam as apresentações e tudo às escuras... como bem sabeis não há lugares marcados, pelo que lá fomos recambiados para a segunda fila!
O filme não está mal de todo.
Digamos que... podia ser bem pior.
Mas pelo menos à terceira foi de vez!
E olha nós a irmos duas vezes ao cinema na mesma semana!
Pegámos no Weekly (jornal cultural em inglês) e toca a escolher:
1ª tentativa - "O ano que os meus pais saíram de férias"no KIT Tropentheater. Filme brasileiro, deve ser numa pequena associação cultural, bora lá. 20 minutos em bicicleta depois e estamos no hall do Tropenmuseum com uma multidão de gente, uns bastante aperaltados há que referir, a grande maioria a falar brasileiro. A nata da sociedade brasileira de Amsterdam. Bilhetes para o filme? Esgotadíssimo!
(isto é o que mais me enerva nesta cidade. A oferta cultural é imensa, correcto, mas ou bem que é tão alternativa tão alternativa que somos nós, um travesti e um gandulo a assistir - prometo fazer um post sobre a experiência do Iluseum - ou bem que é tão concorrido que esgota meses antes. Não dá para ir ver um concerto de jeito porque quando sabemos da existência tipo 3 meses antes já está "sold out sold out sold out" pufffff....)
2a tentativa - o que quer se estivesse no Kriterium. Pelo caminho um belo passeio por uma Amsterdam desconhecida (as coisas que se perdem quando ficamos em casa...). Esta cidade é um ovo, quando parece que estamos super longe damos de caras com um sítio conhecido. E continua com a capacidade de nos encantar.
Ultima sessão tinha sido às 20h.
Outra incompatibilidade com a cidade - os horários (e não aprendemos, nós...)
3a tentativa - Mr. Brooks no Pathé de Munt (o equivalente ao Lusomundo cá do sítio). Claro que os tugas chegam em cima da hora, cheios de fome, um simpático ainda nos ofereceu uns descontos que dão no Albert Hein e não pagámos um bilhete (eh eh eh), corre para comprar qualquer coisa para comer, venham nachos, pipocas, cervejas e água, e quando entramos na sala já estavam as apresentações e tudo às escuras... como bem sabeis não há lugares marcados, pelo que lá fomos recambiados para a segunda fila!
O filme não está mal de todo.
Digamos que... podia ser bem pior.
Mas pelo menos à terceira foi de vez!
E olha nós a irmos duas vezes ao cinema na mesma semana!
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Orgulho...
... na nossa selecção nacional de rugby! Sim senhor!
Não vi o jogo (com muita pena, mas isto de não ter televisão tem as suas desvantagens...), apenas algumas imagens e fotos na net mas já deu para ver que estivemos em grande.
Agora há que seguir em frente e continuar a brilhar!
E que emoção durante o hino...
(olha eu a escrever um post sobre desporto, hã?!)
Não vi o jogo (com muita pena, mas isto de não ter televisão tem as suas desvantagens...), apenas algumas imagens e fotos na net mas já deu para ver que estivemos em grande.
Agora há que seguir em frente e continuar a brilhar!
E que emoção durante o hino...
(olha eu a escrever um post sobre desporto, hã?!)
domingo, 9 de setembro de 2007
It takes a village to raise a child
Venho de uma família grande. Não de uma família nuclear numerosa mas de uma família não nuclear muito numerosa.
O meu pai tem 8 irmãos, a que se juntarmos respectivos maridos, mulheres e filhos faz um total de cerca de 40 (não fiz as contas, sou sincera, mas anda lá perto).
No entanto, ao contrário de muitas famílias que apenas se encontram no Natal e casamentos/baptizados/funerais a minha família encontra-se toda de 15 em 15 dias (e ainda assim... antes era todas as semanas).
Aos tios e primos, claro, juntavam-se também os tios avós e por vezes os respectivos filhos e netos, os pais e irmãos dos tios e tias, as primas da avó, os amigos e amigos de amigos que por vezes apareciam também, fazendo com que um simples jantar de Domingo parecesse uma mega festa.
Só primos somos (e volto a perder-me nas contas...) quase 20. Desde a mais velha que tem 35 à mais nova que faz 3 nunca deixou de haver um bebé de fraldas na família, entre os meus primos direitos e a geração seguinte que já se mistura completamente com a anterior.
Isto faz com que haja grupos de primos de todas as idades: os que já são os pais da tal nova geração, os quase adultos, os que ainda se lembram do avô e que andam agora na faculdade ou acabados de sair/prestes a entrar, os que acompanharam a avó e que andam no liceu e a começar a sair à noite, e os que brincam com os meus sobrinhos e que como para eles o meu pai é um avô.
Depois há os tios mais velhos que eram casados e com filhos quando eu nasci, há os tios que faziam inter-rails, os tios que nos levavam a passear, os tios com quem passávamos férias...
E há também uma infinidade de memórias de primos com quem brincámos mais, os que tomámos conta em bebés, as cabeças partidas ao sábado à tarde, as férias de Natal e da Páscoa a preparar com a avó a respectiva celebração, andar de bicicleta no jardim, os cães Serra da Estrela sucessivos, a missa do galo, jogar às escondidas nas noites de Verão, idas à praia de Carcavelos em grupo...
Todas estas memórias e este contacto com todas estas pessoas que são a minha família, o sangue do meu sangue, aqueles que aconteça o que acontecer estarão sempre lá, moldou certamente a minha maneira de ser e arrisco dizer que para melhor.
Eu sei que não sou apenas eu. Eu sou toda uma herança que vem comigo para todo o lado.
O meu pai tem 8 irmãos, a que se juntarmos respectivos maridos, mulheres e filhos faz um total de cerca de 40 (não fiz as contas, sou sincera, mas anda lá perto).
No entanto, ao contrário de muitas famílias que apenas se encontram no Natal e casamentos/baptizados/funerais a minha família encontra-se toda de 15 em 15 dias (e ainda assim... antes era todas as semanas).
Aos tios e primos, claro, juntavam-se também os tios avós e por vezes os respectivos filhos e netos, os pais e irmãos dos tios e tias, as primas da avó, os amigos e amigos de amigos que por vezes apareciam também, fazendo com que um simples jantar de Domingo parecesse uma mega festa.
Só primos somos (e volto a perder-me nas contas...) quase 20. Desde a mais velha que tem 35 à mais nova que faz 3 nunca deixou de haver um bebé de fraldas na família, entre os meus primos direitos e a geração seguinte que já se mistura completamente com a anterior.
Isto faz com que haja grupos de primos de todas as idades: os que já são os pais da tal nova geração, os quase adultos, os que ainda se lembram do avô e que andam agora na faculdade ou acabados de sair/prestes a entrar, os que acompanharam a avó e que andam no liceu e a começar a sair à noite, e os que brincam com os meus sobrinhos e que como para eles o meu pai é um avô.
Depois há os tios mais velhos que eram casados e com filhos quando eu nasci, há os tios que faziam inter-rails, os tios que nos levavam a passear, os tios com quem passávamos férias...
E há também uma infinidade de memórias de primos com quem brincámos mais, os que tomámos conta em bebés, as cabeças partidas ao sábado à tarde, as férias de Natal e da Páscoa a preparar com a avó a respectiva celebração, andar de bicicleta no jardim, os cães Serra da Estrela sucessivos, a missa do galo, jogar às escondidas nas noites de Verão, idas à praia de Carcavelos em grupo...
Todas estas memórias e este contacto com todas estas pessoas que são a minha família, o sangue do meu sangue, aqueles que aconteça o que acontecer estarão sempre lá, moldou certamente a minha maneira de ser e arrisco dizer que para melhor.
Eu sei que não sou apenas eu. Eu sou toda uma herança que vem comigo para todo o lado.
Cinema na Holanda
Algumas verdades sobre ir ao cinema na Holanda:
1) Não há sessões da meia -noite na maioria dos cinemas
2) Custa quase 10 euros
3) Não há lugares marcados
4) Pode-se levar para dentro da sala tudo o que se consome no bar, incluindo café em chávena normal, imperial em copo de vidro, cerveja em garrafa, etc.
5) Como eles são mais altos normalmente há imenso espaço entre uma fila e a outra
6) Os filmes são legendados em holandês (coisa que a malta agradece!)
1) Não há sessões da meia -noite na maioria dos cinemas
2) Custa quase 10 euros
3) Não há lugares marcados
4) Pode-se levar para dentro da sala tudo o que se consome no bar, incluindo café em chávena normal, imperial em copo de vidro, cerveja em garrafa, etc.
5) Como eles são mais altos normalmente há imenso espaço entre uma fila e a outra
6) Os filmes são legendados em holandês (coisa que a malta agradece!)
The Simpsons
Ontem fomos ver os Simpsons. Muito bom!
Vale a pena ver no cinema, apesar de ser apenas um episódio de longa duração. É daqueles filmes que vistos em casa perdem a graça, porque os Simpsons em casa não são novidade, mas já no cinema...
Quem não tem a oportunidade de ver no cinema também não se preocupe... acho que um The Simpsons 2 deve estar mais do que na calha...
Vale a pena ver no cinema, apesar de ser apenas um episódio de longa duração. É daqueles filmes que vistos em casa perdem a graça, porque os Simpsons em casa não são novidade, mas já no cinema...
Quem não tem a oportunidade de ver no cinema também não se preocupe... acho que um The Simpsons 2 deve estar mais do que na calha...
Idade
Não tenho medo nenhum de envelhecer, não é nada disso.
Esta história do "ter quase 30 anos" não passa de uma brincadeira, de um mote para dar um nome ao blog porque a verdade é não me causa espécie estar perto dos 30.
Não há grande diferença entre ter 28 e 30 ou 49 e 50. A diferença é psicológica, como quando passámos de 1999 para 2000. Nada mudou, mudaram os dígitos.
No entanto olhar para o espelho e ver nele uma pessoa velha tem de ser difícil.
Olhar para as mãos e ver as rugas, manchas e veias salientes. Ver pessoas de que gostamos muito morrer. De repente ser o último de uma geração. Ver o mundo a andar mais rápido e não conseguir acompanhar. Precisar de ajuda para fazer coisas que sempre fizemos.
Eu sei que tudo isto são processos graduais, e que a mente acompanha esta evolução, mas ainda assim não deixa de me fazer confusão.
Espero que a sabedoria e a experiência me dêem força e lucidez para aproveitar o melhor de cada idade e não me preocupar com que não é verdadeiramente importante.
Esta história do "ter quase 30 anos" não passa de uma brincadeira, de um mote para dar um nome ao blog porque a verdade é não me causa espécie estar perto dos 30.
Não há grande diferença entre ter 28 e 30 ou 49 e 50. A diferença é psicológica, como quando passámos de 1999 para 2000. Nada mudou, mudaram os dígitos.
No entanto olhar para o espelho e ver nele uma pessoa velha tem de ser difícil.
Olhar para as mãos e ver as rugas, manchas e veias salientes. Ver pessoas de que gostamos muito morrer. De repente ser o último de uma geração. Ver o mundo a andar mais rápido e não conseguir acompanhar. Precisar de ajuda para fazer coisas que sempre fizemos.
Eu sei que tudo isto são processos graduais, e que a mente acompanha esta evolução, mas ainda assim não deixa de me fazer confusão.
Espero que a sabedoria e a experiência me dêem força e lucidez para aproveitar o melhor de cada idade e não me preocupar com que não é verdadeiramente importante.
sábado, 8 de setembro de 2007
Fim de semana
A minha parte favorita do fim de semana é a sexta à noite, mas acordar de manhã e ser sábado... é tão bom!
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Mudanças 3 ou porque gosto desta casa
E já que estou numa de falar de casas agora vai tudo de enfiada!
Das casas onde já vivemos na Holanda, esta é a minha preferida.
Uma coisa que em grande parte contribuiu para isso foi a compra da minha cómoda.
Na nossa 1ªa casa deixámos ficar as roupas nos sacos de viagem (não havia de facto espaço para mais) porque tínhamos a perfeita noção que era completamente temporária e, claro, não valia a pena investir em nada naquela altura. Na 2ª casa já estávamos os 2 a trabalhar, no entanto também sabíamos que mais dia menos dia íamos sair dali, pelo que compramos umas caixas do Ikea e siga para bingo.
Ao fim de 1 ano de abre saco/fecha saco abre caixa/fecha caixa quando nos mudámos para aqui eu disse "Eu vou comprar uma cómoda!" Sentia verdadeiramente necessidade de ter as minhas cuecas, meias e t-shirts arrumadas, de ter gavetas com as minhas coisinhas!
E assim foi. Ikea connosco e venha de lá uma cómoda! Foi a felicidade suprema, e no dia seguinte (sem exagero) já me sentia mais em casa do que nunca!
A minha felicidade custou 50 euros no Ikea.
Sempre fui uma pessoa de gostos simples!
Das casas onde já vivemos na Holanda, esta é a minha preferida.
Uma coisa que em grande parte contribuiu para isso foi a compra da minha cómoda.
Na nossa 1ªa casa deixámos ficar as roupas nos sacos de viagem (não havia de facto espaço para mais) porque tínhamos a perfeita noção que era completamente temporária e, claro, não valia a pena investir em nada naquela altura. Na 2ª casa já estávamos os 2 a trabalhar, no entanto também sabíamos que mais dia menos dia íamos sair dali, pelo que compramos umas caixas do Ikea e siga para bingo.
Ao fim de 1 ano de abre saco/fecha saco abre caixa/fecha caixa quando nos mudámos para aqui eu disse "Eu vou comprar uma cómoda!" Sentia verdadeiramente necessidade de ter as minhas cuecas, meias e t-shirts arrumadas, de ter gavetas com as minhas coisinhas!
E assim foi. Ikea connosco e venha de lá uma cómoda! Foi a felicidade suprema, e no dia seguinte (sem exagero) já me sentia mais em casa do que nunca!
A minha felicidade custou 50 euros no Ikea.
Sempre fui uma pessoa de gostos simples!
Mudanças 2
Por outro lado, esta coisa de andar sempre literalmente com a casa às costas também tem as suas vantagens:
1) Não gastamos dinheiro em coisas estúpidas e supérfluas só porque sim (porque um dia sabemos que vamos ter de acartar com elas escada abaixo e escada acima)
2) Não acumulamos inutilidades por muito tempo. É incrível a nossa capacidade de acumular porcarias. Quando temos de pegar nas coisas e partir descobrimos uma infinidade de jornais e revistas, canetas, porta-chaves, publicidades, caixinhas de qualquer coisa... eu sei lá, um mundo de objectos que não fazem falta nenhuma! Na hora de mudar...toca a deitar fora!
3) De cada vez que mudo há uma quantidade de roupa que dou, o que tem contribuindo para uma redução substancial do meu guarda-roupa deixando lugar para coisas novas e/ou que realmente uso - isto para muitas mulheres que eu conheço seria uma coisa negativa, mas não é para mim.
4) Ganhamos a capacidade de nos sentir em casa rapidamente e por outro lado não nos agarramos às memórias de uma casa. Nunca fui muito apegada a coisas materiais e agora ainda menos. Quando saí da minha 1ª casa onde vivi sozinha pela 1ª vez e onde fui muito muito muito feliz, saí e fechei a porta como se fosse voltar nessa mesma noite. Só mais de 1 ano mais tarde tive de facto saudades desse espaço e do que ele significou, mas hoje passo à porta do prédio e não sinto nada de especial.
Quase que mudamos de casa como quem muda de camisa...
1) Não gastamos dinheiro em coisas estúpidas e supérfluas só porque sim (porque um dia sabemos que vamos ter de acartar com elas escada abaixo e escada acima)
2) Não acumulamos inutilidades por muito tempo. É incrível a nossa capacidade de acumular porcarias. Quando temos de pegar nas coisas e partir descobrimos uma infinidade de jornais e revistas, canetas, porta-chaves, publicidades, caixinhas de qualquer coisa... eu sei lá, um mundo de objectos que não fazem falta nenhuma! Na hora de mudar...toca a deitar fora!
3) De cada vez que mudo há uma quantidade de roupa que dou, o que tem contribuindo para uma redução substancial do meu guarda-roupa deixando lugar para coisas novas e/ou que realmente uso - isto para muitas mulheres que eu conheço seria uma coisa negativa, mas não é para mim.
4) Ganhamos a capacidade de nos sentir em casa rapidamente e por outro lado não nos agarramos às memórias de uma casa. Nunca fui muito apegada a coisas materiais e agora ainda menos. Quando saí da minha 1ª casa onde vivi sozinha pela 1ª vez e onde fui muito muito muito feliz, saí e fechei a porta como se fosse voltar nessa mesma noite. Só mais de 1 ano mais tarde tive de facto saudades desse espaço e do que ele significou, mas hoje passo à porta do prédio e não sinto nada de especial.
Quase que mudamos de casa como quem muda de camisa...
Mudanças 1
Estou farta de mudanças!
Nos últimos 3 anos mudei 4 vezes, 3 das quais desde o ano passado quando chegámos à Holanda. Desde que aqui chegámos ficamos por média 6 meses em cada casa.
Nesta estamos desde Fevereiro e em fins de Outubro mudaremos outra vez...
Estou mesmo farta...
Estou mortinha por ter a minha casa. Por poder respirar fundo sabendo que tão cedo não vou mudar. Tenho imensa vontade de ir escolher as cores para pintar as paredes, escolher os móveis e os sítios das coisas, sentir que aquela casa é a minha casa.
A minha casa, com as coisas que eu escolhi, com o cheiro de cada um de nós, onde cada coisa tem o seu lugar... não vejo a hora!
Nos últimos 3 anos mudei 4 vezes, 3 das quais desde o ano passado quando chegámos à Holanda. Desde que aqui chegámos ficamos por média 6 meses em cada casa.
Nesta estamos desde Fevereiro e em fins de Outubro mudaremos outra vez...
Estou mesmo farta...
Estou mortinha por ter a minha casa. Por poder respirar fundo sabendo que tão cedo não vou mudar. Tenho imensa vontade de ir escolher as cores para pintar as paredes, escolher os móveis e os sítios das coisas, sentir que aquela casa é a minha casa.
A minha casa, com as coisas que eu escolhi, com o cheiro de cada um de nós, onde cada coisa tem o seu lugar... não vejo a hora!
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Porquê "Quase Adultos"
Na véspera do meu 5º aniversário quando me fui deitar na minha cama de grades chorei. Estava profundamente triste porque não queria fazer 5 anos. Não queria. Queria ficar com 4.
Foi a minha primeira crise existencial. Pela primeira vez na minha vida tomei consciência (dentro do possível) de que o tempo não volta para trás e que não havia nada que eu fizesse que pudesse mudar o meu destino (terrível) de completar 5 anos.
Todos os anos a véspera dos meus anos é um dia de reflexão. Mais um ano: o que mudou? o que permanece igual?
E de repente estou com 29... um dia não quero fazer 5 e no outro estou à beira dos 30.
Ainda não percebi como isto aconteceu.
A minha mãe com a minha idade tinha 3 filhas e na minha perspectiva era uma senhora crescida.
Eu por enquanto ainda não me sinto adulta. Sinto-me só quase. Quase adulta.
Foi a minha primeira crise existencial. Pela primeira vez na minha vida tomei consciência (dentro do possível) de que o tempo não volta para trás e que não havia nada que eu fizesse que pudesse mudar o meu destino (terrível) de completar 5 anos.
Todos os anos a véspera dos meus anos é um dia de reflexão. Mais um ano: o que mudou? o que permanece igual?
E de repente estou com 29... um dia não quero fazer 5 e no outro estou à beira dos 30.
Ainda não percebi como isto aconteceu.
A minha mãe com a minha idade tinha 3 filhas e na minha perspectiva era uma senhora crescida.
Eu por enquanto ainda não me sinto adulta. Sinto-me só quase. Quase adulta.
Um dois três experiência...
Estou aqui há horas a tentar acertar com as cores, formatos de letra, imagens... o que vale é que não tenho jeitinho nenhum para estas coisas mas a vontade de ter um blog era muita e agora já está!
O sub-título foi só mesmo para enganar porque este blog não pretende ser um diário e ao contrário do que possa parecer esta experiência em Amsterdam não começa agora...
Mas a partir daqui começa a ser uma experiência partilhada...
O sub-título foi só mesmo para enganar porque este blog não pretende ser um diário e ao contrário do que possa parecer esta experiência em Amsterdam não começa agora...
Mas a partir daqui começa a ser uma experiência partilhada...
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