quarta-feira, 26 de maio de 2021

Sobre o fim de semana passado

Foi tão bom, tão bom, que demorei a vir aqui escrever sobre isso.
Foi um fim de semana em que de repente parece que nada aconteceu, o covid foi só uma miragem - há sempre aquela dúvida se alguma vez voltaremos ao normal, eu acho que sim, na primeira oportunidade estaremos todos sem máscara aos abraços e beijos, como sempre.

Na sexta tivemos um jantar anual de primos em casa dos tios, tradição que se repete desde 2012 - e se em anos normais já é espetacular, pois com a vida do dia a dia acabamos por passar semanas ou meses sem nos ver, este ano ainda foi melhor: para alguns foi mesmo a primeira vez que nos vimos em 2021 (o que numa família que normalmente se junta toda no dia 1 de Janeiro e vai fazendo encontros regularmente, não é nada normal!).

Sábado de manhã rumámos ao Porto, para o casamento de um primo da parte da minha mãe.
Casamento adiado desde 2020, e que estava escrito que teria de acontecer - mesmo tendo em conta que o noivo teve um AVC na semana anterior - e nas palavras dele, se não tivesse tido alta tinha assinado um termo de responsabilidade para ir ali casar e voltava a seguir para o hospital! - não foi preciso, teve alta na 5ª e no sábado lá estava, para o seu grande dia.
A família da minha mãe é também muito especial. Tivemos um grande contacto durante a infância, com férias conjuntas e Natal a cada dois anos, no entanto por força de várias circunstâncias passamos muitos anos sem nos juntar todos - fomos estando com uns e outros em separado, mas não voltámos a passar lá o Natal, e por isso deixamos de estar na reunião anual.
Sei que a minha mãe, e o meu pai (que foi tão bem recebido na família!), iriam adorar ter estado presentes, e essa alegria contagiou-nos a nós.
O melhor de tudo foi sentir que nada mudou. Mesmo passando anos e anos separados, e em alguns casos falo de 30 anos sem estarmos juntos (funerais não contam!) foi como se nada se passasse.
As conversas, as parvoíces, as gargalhadas, a cumplicidade, está lá tudo!
Assim se vê a importância que têm as relações que se formam na infância - se forem fortes e verdadeiras, podem durar para sempre.
E de repente vemos nos primos parecenças com os nossos filhos, ou re-descobrimos coisas sobre nós próprios quem nem nos lembrávamos e que marcaram a pessoa que somos.
A nossa essência, afinal, também é genética, e a nossa família tem muito de nós mesmo que viva à distância.

Foi mesmo muito bom e muito especial.

Por mais dias destes, que tanto precisamos!

Sobre a inquietação

Andei aí dias e dias sem saber muito bem que voltas dar à minha vida.
Andei a investigar possibilidades de carreiras alternativas, a ver oque tenho de fazer para ter mais estabilidade, em que posso investir para ter habilitações para isto e aquilo em diferentes cenários.
Depois foi o dia dos Museus, e fui chamada para fazer uma oficina com famílias no Museu de Arqueologia. 
E fez-se luz- eu não quero dar volta nenhuma na minha vida, só quero continuar a trabalhar em Museus.
A inquietação continua, claro, porque nada mudou, no entanto consegui aperceber-me onde está o meu verdadeiro foco* - onde sempre esteve aliás, mas com o barulho das luzes às vezes fica difícil perceber onde estou.
Não vale a pena dispender energia noutras coisas, o foco é este, e enquanto puder, é para isso que vou lutar.  


*isto por si só já é uma coisa muito fixe e especial. Muita gente passa a vida inteira sem saber o que gostam verdadeiramente de fazer.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Livro 9/35 2021

 


Todos devemos ser feministas, Chimamanda Ngozi Adichie

Pois é, estava o ano a correr tão bem em termos literários, até estava a conseguir manter o ritmo e de repente passam dois meses sem avançar com livros lidos - e até este tem uma razão de ser.
Desde a reabertura das escolas os meus dias passaram a estar mais ocupados, e a verdade é que desde que acabei o livro 8 tenho estado a ler a conta gotas o livro 9 (que afinal ficou para 10) que é uma obra até muito especial de que estou a gostar muito (logo vos conto).
O problema não é a falta de tempo (esse ser de costas tão largas) é mesmo que tenho lido outras coisas - catálogos de exposições onde vou fazer visitas, e não me resta tempo para mais leituras.
Este vem exactamente na mesma linha, faz parte da bibliografia "obrigatória" de uma formação que estou a preparar (enquanto formadora, uma novidade!).
É um livro muito pequeno, com muitas verdades sobre isto de ser mulher, de ser mulher negra, de ser mulher na Nigéria e nos Estados Unidos - com tudo o que tem de diferente e igual ao resto do mundo. Nada de muito profundo, ou pelo menos a escrita é muito leve e acessível, e por isso devia mesmo ser lido por toda a gente - e com muitas reflexões  boas para nos fazer pensar e discutir este assunto tão importante.

Fui compra-lo de propósito a uma Fnac de um centro comercial (tinha visto na net que havia), no primeiro (e único, até agora) momento de "compras sem ser supermercado" pós confinamento - e que bem que me soube, um fim de dia diferente - ainda mais porque encontrei uma querida amiga que não via desde os tempos pré-pandemia, o que tornou o momento ainda mais especial. 

Dei 5 estrelas, não tanto por não conseguir parar de ler, mas pela importância do assunto e a forma acessível como o aborda, e recomendo.

Quem vê caras...

 ... não está em 2021.

Comecei a dar AEC em Setembro, e desde então tenho contacto diário com colegas, que só vejo mesmo dentro da escola.

Ontem quando estava a chegar passou por mim uma rapariga. Só quando a vi aproximar-se do portão da escola e por a máscara é que percebi que era uma colega - daquelas dá aulas às mesmas turmas que eu, portanto uma pessoa com quem falo todos os dias, já a encontrei e ficámos à conversa no centro de testagem, tenho o contacto dela e fazemos parte de um grupo de whatsapp e tudo. No entanto, eu nunca a tinha visto sem máscara, e como tal, não a reconheci.

Comentei o facto quando entrei, e por isso resolvemos tirar as máscaras na sala dos professores, para nos vermos uns aos outros! Foi muito, muito estranho!
Na nossa cabeça inventamos caras para as pessoas a quem só conhecemos os olhos, e depois ver a cara completa não tem nada a ver!
Faz lembrar os anos 80 e 90 em que ouvíamos músicas sem nunca termos visto quem as cantava - mas em pior, pois estamos em 2021, na era da imagem, conhecemos a cara de milhares de pessoas sem nunca as termos visto, e afinal, estamos ali lado a lado com colegas que nem sequer reconhecemos "desmascarados".

E se assim é para nós adultos, imaginem as crianças que estão connosco um ano inteiro sem nunca nos verem de facto, sem conseguir ler as nossas expressões.

Tempos estranhos estes...

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Inquietação


Tenho andado com esta música na cabeça ultimamente, em diferentes momentos (mesmo sem a ter, de facto, ouvido).
Recordo que há exactamente 10 anos tive também uma crise existencial, e lá andava este refrão e esta inquietação sempre latente.
Na altura, como agora, consigo perfeitamente identificar a origem - o trabalho, claro está.
Pode ser efeito da pandemia, desta reviravolta que estou (estamos) a viver, e que no meu caso virou do avesso o meu percurso profissional, e pôs em cheque tudo aquilo que eu fazia profissionalmente. No entanto não deixa de ser uma coincidência terem passado exactamente 10 anos desde que senti também esta inquietação cá dentro, que deu para ganhar balanço para a reviravolta que dei algum tempo depois.
Por agora não sei bem onde isto vai parar, pelo que estou como diz a canção ainda sem saber o que vai acontecer, mas a sentir que alguma coisa está para mudar.
Será que esta crise-existencial-profissional me iria assaltar outra vez 10 anos depois vinda do nada? Ou será efeito da pandemia e de tudo o que estamos a viver?
Vamos ver o que acontece daqui a 10 anos...

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Uma coisa que não sei se alguma vez referi aqui

Sou do Sporting!

Se calhar desde que criei o blog em 2007 nunca surgiu a oportunidade de o revelar - até porque cada vez ligo menos ao futebol - mas é verdade, e aqui fica registado!

Somos campeões, caraças!!!

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Aquele cheirinho a normalidade

 ...que tanta falta nos andava a fazer.

Foi um fim de semana com um bocadinho de tudo, quase quase a parecer os de antigamente (que é como quem diz 2019).

Houve trabalho (enfim, nem comento...), jogos de futebol do mais velho (sim, no plural!), festas de anos (também no plural!), almoço de família e até algum stress na sobreposição de programas (que se resolveu com muita facilidade, foi ótimo!).

Soube que nem ginjas!
É incrível como nos privámos das coisas mais simples do nosso dia a dia, e a falta que nos faz.
E lá estamos nós, a apreciar cada momento, cada reencontro, a dar valor no fundo a podermos estar juntos...

Ainda falta reunir com alguns VIP da nossa vida, mas já não deve faltar muito.
Aos poucos até parece que regressamos à normalidade (diferente de 2019, já se sabe, mas muito diferente de 2020, espera-se!)

Em conversa no sábado recordei os dias do confinamento, tanto do ano passado como deste ano, e caraças, espero com todas as minhas forças que não se volte MESMO a repetir... Não somos feitos para isto (e digo-o sabendo da sorte que temos em viver esta pandemia no meio do que se pode considerar um luxo, com casa, trabalho, água corrente e o mais importante, saúde! Mas ainda assim.....).

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Adenda a um dos posts anteriores

Aquele em que falei da questão de sentir sempre que os colegas estão mais dentro dos assuntos do que eu.

Há também uma sensação de não pertencer de facto a lado nenhum - o que não deixa de ser verdade.
Ora se dividimos o nosso tempo por 4 ou mais sítios diferentes - a alguns vamos só uma vez de vez em quando -  é claro que não chegamos a criar uma rotina e uma relação com o sítio e as pessoas que lá estão 8 horas todos os dias.

Perdemos os mexericos, as conversas de café, a dinâmica, o mau humor do chefe e ficamos com a sensação de estar de visita em todo o lado.

E como em tudo, há coisas boas e coisas más.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

O flagelo do trabalho a partir de casa

 Obras em casa dos vizinhos.

(oh não!!!!)