... estamos sem internet em casa... diz a TMN que ultrapassámos o limite de um giga e tal e coiso e que agora internet só lá para o 1º de Maio.
Pelo qual ando a anotar no meu bloco de notas as minhas ideias de posts e um dia, em breve espera-se, cá estarão.
terça-feira, 29 de abril de 2008
domingo, 27 de abril de 2008
Este fim-de-semana...
...estive aqui.
E passei os dias com esta música do Rui Veloso na cabeça:
Quem vem e atravessa o rio
junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
dirigida sobre um monte
no meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
dum rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Livros
Hoje é o Dia Mundial do Livro, e como passo agora parte do meu dia rodeada de livros não podia deixar de registar o facto.
Seguindo a sugestão do Olhares que falam, aqui fica o registo do que eu ando a ler:
E não devo estar a gostar muito, porque o estou a ler há que tempos.
Tenho saudades dos meus livros - aqueles que estão espalhados por todas as casas.
Não vejo a hora de os ter todos reunidos numa mega estante.
Seguindo a sugestão do Olhares que falam, aqui fica o registo do que eu ando a ler:
E não devo estar a gostar muito, porque o estou a ler há que tempos.
Tenho saudades dos meus livros - aqueles que estão espalhados por todas as casas.
Não vejo a hora de os ter todos reunidos numa mega estante.
Ainda em relação ao post anterior...
...ontem disse que não estava muito stressada ( e não estava) mas agora já estou.
Se calhar o facto de ter ido ver o saldo da minha conta da Holanda que diminui vertiginosamente sem eu saber como, ajudou um bocado.
Pois, deve ter sido isso.
Se calhar o facto de ter ido ver o saldo da minha conta da Holanda que diminui vertiginosamente sem eu saber como, ajudou um bocado.
Pois, deve ter sido isso.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Cruzamento
Estou assim, basicamente, sem saber muito bem que rumo dar à minha vida.
Tinha uma ideia tão clara daquilo que ia fazer quando chegasse, mas agora que me vejo aqui não sei muito bem o que fazer.
O que é mais estranho: não estou muito stressada com isso.
Eu sei que vim da Holanda por uma razão (por várias, mas em termos profissionais foi só 1). Fazer aquilo que gosto. Ponto.
Onde, em que circunstâncias, para quem, com quem são ainda incógnitas para mim.
Sinto-me assim numa espécie de "fechado para balanço" porque ainda não consigo ver bem o caminho que quero seguir. Tenho que deixar a poeira baixar para conseguir de facto ver as possibilidades e fazer a minha escolha.
Porque eu sei que vou encontrar o meu rumo, mas não estou ainda bem a ver por onde devo procurar.
Tinha uma ideia tão clara daquilo que ia fazer quando chegasse, mas agora que me vejo aqui não sei muito bem o que fazer.
O que é mais estranho: não estou muito stressada com isso.
Eu sei que vim da Holanda por uma razão (por várias, mas em termos profissionais foi só 1). Fazer aquilo que gosto. Ponto.
Onde, em que circunstâncias, para quem, com quem são ainda incógnitas para mim.
Sinto-me assim numa espécie de "fechado para balanço" porque ainda não consigo ver bem o caminho que quero seguir. Tenho que deixar a poeira baixar para conseguir de facto ver as possibilidades e fazer a minha escolha.
Porque eu sei que vou encontrar o meu rumo, mas não estou ainda bem a ver por onde devo procurar.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Post que leva uns meses largos de atraso
Acabo de ver na TVI (pormenor que não vem a propósito, cá em casa só há 4 canais captados com uma antena do Lidl que não funciona muito bem e guess what, o canal que se vê melhor - apesar da chuva e dos riscos - é a TVI, raios) uma reportagem sobre o caso Maddie.
Como não tínhamos televisão na altura e não estávamos cá, a coisa passou-nos um bocado ao lado, não vivemos o episódio com toda a emoção, estranheza, pena, sentimento, raiva e tudo e tudo que a comunicação social e em especial a televisão se esforçam por transmitir.
Ter acesso às notícias apenas pelos jornais é uma realidade à parte.
A mesma situação já me tinha acontecido num longínquo dia de Março de 2001, quando se deu a tragédia de Entre-os-Rios. Eu estava em Santiago de Compostela e soube da notícia pelos meus pais e pelo Tê. Fez-me confusão porque naquele dia ninguém falava noutra coisa. No dia seguinte lá vi a notícia no jornal galego, com foto e tudo e claro que me fez impressão, mas pronto. Só umas semanas mais tarde numa visita a Portugal vi as imagens desse dia, com o rio que mais parecia um mar castanho, a ponte caída, o resgate dos corpos, e lembro-me de nessa altura (quando toda a gente estava já pelos cabelos com essa história porque foi uma overdose de informação a toda a hora) ficar completamente de boca aberta a absorver tudo o que estavam a transmitir. Coisas que eu já sabia, mas como não tinha visto, era como se não tivessem importância.
Hoje o caso não foi exactamente esse, até porque na altura vi bastantes telejornais na net e tive acesso a algumas notícias, mas houve pormenores que me escaparam.
Que história mais mal contada...
Como não tínhamos televisão na altura e não estávamos cá, a coisa passou-nos um bocado ao lado, não vivemos o episódio com toda a emoção, estranheza, pena, sentimento, raiva e tudo e tudo que a comunicação social e em especial a televisão se esforçam por transmitir.
Ter acesso às notícias apenas pelos jornais é uma realidade à parte.
A mesma situação já me tinha acontecido num longínquo dia de Março de 2001, quando se deu a tragédia de Entre-os-Rios. Eu estava em Santiago de Compostela e soube da notícia pelos meus pais e pelo Tê. Fez-me confusão porque naquele dia ninguém falava noutra coisa. No dia seguinte lá vi a notícia no jornal galego, com foto e tudo e claro que me fez impressão, mas pronto. Só umas semanas mais tarde numa visita a Portugal vi as imagens desse dia, com o rio que mais parecia um mar castanho, a ponte caída, o resgate dos corpos, e lembro-me de nessa altura (quando toda a gente estava já pelos cabelos com essa história porque foi uma overdose de informação a toda a hora) ficar completamente de boca aberta a absorver tudo o que estavam a transmitir. Coisas que eu já sabia, mas como não tinha visto, era como se não tivessem importância.
Hoje o caso não foi exactamente esse, até porque na altura vi bastantes telejornais na net e tive acesso a algumas notícias, mas houve pormenores que me escaparam.
Que história mais mal contada...
sábado, 19 de abril de 2008
U23D
Hoje fomos ver o U23D.
Para quem gosta de U2 e principalmente para quem não foi ao concerto, aconselho vivamente.
É a melhor experiência 3D que alguma vez tive, e há momentos que de facto parece mesmo que lhes vamos tocar.
A todo o momento apetece dançar e aplaudir, mas o público manteve a sua posição de cinema (inclusivé a comer pipocas, que foram oferecidas) e eu lá me contive e não actuei feita fã incondicional como me apetecia - mas fartei-me de cantar, tocar a minha guitarra imaginária e abanar a cabeça como compete apesar de sentadinha no meu lugar.
Como aspectos negativos devo apontar o facto de o preço ser mais elevado que o dos outros filmes. Por outro lado este filme não vem acrescentar nada de novo, não faz uma ponte para um futuro álbum, e aparece quase 3 anos depois da tournée, o que não parece fazer muito sentido.
No entanto, aquela voz, aquelas guitarradas, aqueles sons são inesquecíveis!
Fez-me muito lembrar esse dia 14 de Agosto de 2005, um dos dias mais quentes do ano (o dia em que mais sede tive em toda a minha vida) o dia de todas as emoções quando vi a minha banda favorita ao vivo.
Fez-me também lembrar com saudade esse ano de 2005, em que ouvi o álbum How to Dismantle an Atomic Bomb vezes sem conta na minha casa da Parede - enquanto fazia trabalhos para o mestrado a altas horas da noite, nas noitadas e jantaradas de amigos, nas preparações para a mais famosa despedida de solteiro e em tantas outras ocasiões que marcaram essa fase.
Foi um ano mesmo giro, e este álbum dos U2 foi a banda sonora perfeita.
For the record
FYI a experiência do Tê no HRC não correu bem, pelo que ele continua à procura de trabalho.
É uma pena, mas pelo menos tentámos.
A questão é que não se pode ser tratado como emigrante no próprio país - ele há coisas que só aturamos quando somos mesmo emigrantes (ou então quando tem mesmo de ser, o que pelo menos por enquanto não é o caso).
E siga para bingo.
É uma pena, mas pelo menos tentámos.
A questão é que não se pode ser tratado como emigrante no próprio país - ele há coisas que só aturamos quando somos mesmo emigrantes (ou então quando tem mesmo de ser, o que pelo menos por enquanto não é o caso).
E siga para bingo.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Praça da Parede
Hoje fui à praça da Parede.
Não me lembro da última vez que lá tinha entrado, mas seguramente foi há coisa de 20 anos ou mais (não me lembro de lá ir na adolescência).
Está muito mais pequena do que o que eu me lembrava (diz que fui eu que cresci, é tudo uma questão de perspectiva), mas ainda tem algumas bancas no mesmo sítio (os talhos à esquerda de quem entra por exemplo), outras estão diferentes e não me lembro se na altura já tinham a parte do peixe em separado.
Nunca fui grande fã da praça, devo confessar, e lembro-me de me incomodar exactamente o cheiro a peixe, e o chão (cor de laranja com bolas salientes - está igual) estava sempre molhado e com poças. Na altura preferia largamente ir ao supermercado Famil, mais calmo e limpo, onde havia uns grandes recipientes de metal com pães de leite lá dentro, o que lhe conferia uma vantagem incomparável segundo meus critérios.
Hoje gostei bastante da praça, e vou certamente optar por lá ir sempre que possível, evitando os legumes e frutas padronizados dos supermercados (o Famil já não existe, claro).
Até podem vir todos no mesmo sítio, mas as coisas da praça têm um ar mais genuíno.
A repetir.
Não me lembro da última vez que lá tinha entrado, mas seguramente foi há coisa de 20 anos ou mais (não me lembro de lá ir na adolescência).
Está muito mais pequena do que o que eu me lembrava (diz que fui eu que cresci, é tudo uma questão de perspectiva), mas ainda tem algumas bancas no mesmo sítio (os talhos à esquerda de quem entra por exemplo), outras estão diferentes e não me lembro se na altura já tinham a parte do peixe em separado.
Nunca fui grande fã da praça, devo confessar, e lembro-me de me incomodar exactamente o cheiro a peixe, e o chão (cor de laranja com bolas salientes - está igual) estava sempre molhado e com poças. Na altura preferia largamente ir ao supermercado Famil, mais calmo e limpo, onde havia uns grandes recipientes de metal com pães de leite lá dentro, o que lhe conferia uma vantagem incomparável segundo meus critérios.
Hoje gostei bastante da praça, e vou certamente optar por lá ir sempre que possível, evitando os legumes e frutas padronizados dos supermercados (o Famil já não existe, claro).
Até podem vir todos no mesmo sítio, mas as coisas da praça têm um ar mais genuíno.
A repetir.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Fumadores/Não Fumadores
Quando veio a nova lei do tabaco no início do ano não me pronunciei porque não estava cá.
Na Holanda a mesma lei só entrará em vigor em Junho, pelo que por lá tudo continuava (e continua) na mesma.
A verdade é que eu estava com grande expectativa para ver como era o país com uma lei que de facto defende os não fumadores, e com a qual concordo plenamente.
Estava super curiosa para ver como estavam os centros comerciais, os cafés e restaurantes, sabendo de antemão que a maioria seriam lugares de não fumadores (pelo menos por enquanto, pois acredito que no futuro alguns vão aderir aos extractores de fumo e esta história acaba aqui, mas adiante, e valha-nos que pelo menos os locais serão ventilados como deve ser).
Estava de facto com altas expectativas em relação ao meu próprio país.
O resultado não desiludiu, e por isso fico muito contente com a mudança.
Aquilo com que eu não contava era regressar a Portugal com um re-fumador.
Fica a saber quem não sabe que o Tê, depois de 2 anos sem fumar, voltou a fazê-lo pouco antes do nosso regresso (e a necessidade de fumar está intimamente ligada ao stress do regresso, como é óbvio).
Assim é uma seca!
Tomamos café a correr para ir lá fora fumar um cigarro, já para não falar nas vezes que ficamos ao frio e ao vento na esplanada para ele poder fumar.
Ora bolas! Assim quase nem dá gozo...
Part-time
Acho que podia ficar assim a trabalhar 3 horas por dia durante muito muito tempo...
Eu sei que ainda não chegou o fim do mês, mas assim deveríamos trabalhar todos!
Tenho tempo para tudo, e ao mesmo tempo não me sinto uma inútil por não estar a trabalhar (que era o que eu estava a prever que iria acontecer).
Diz quem percebe destas coisas da economia que assim não nos sustentávamos, que é um modelo economicamente inviável, mas eu digo que é inviável porque nós (leia-se Humanidade) o fizemos/quisemos assim.
Se tivéssemos criado uma vida diferente se calhar podíamos andar todos a trabalhar metade do tempo, e com o resto do dia livre para aproveitar como bem quiséssemos.
Não sei quanto tempo vai durar mas por agora só posso dizer coisas boas.
Bem bom.
Eu sei que ainda não chegou o fim do mês, mas assim deveríamos trabalhar todos!
Tenho tempo para tudo, e ao mesmo tempo não me sinto uma inútil por não estar a trabalhar (que era o que eu estava a prever que iria acontecer).
Diz quem percebe destas coisas da economia que assim não nos sustentávamos, que é um modelo economicamente inviável, mas eu digo que é inviável porque nós (leia-se Humanidade) o fizemos/quisemos assim.
Se tivéssemos criado uma vida diferente se calhar podíamos andar todos a trabalhar metade do tempo, e com o resto do dia livre para aproveitar como bem quiséssemos.
Não sei quanto tempo vai durar mas por agora só posso dizer coisas boas.
Bem bom.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Just girls
Ontem foi dia de jantar de meninas. Há muito tempo que estas meninas não se juntavam as 5, mas houve uma altura da nossa vida que isso aconteceu com alguma regularidade lá para os anos de 1996-1997, muitas vezes em minha casa.
All of a suden deixámos de ser as jovens das saídas à noite como se não houvesse amanhã, das trocas de roupa e sapatos, das toneladas de maquilhagem, dos pequenos-almoços na Lua de Mel depois de ir para o 100. Jantámos uma sopa e salada, um saboroso "appel-strudel" com gelado e bebemos sumo de maçã. Continuamos umas jovens, mas saímos menos à noite e usamos menos maquilhagem, falamos dos empregos, das casas, dos bi-horários, e dos homens das nossas vidas.
Os pontos altos da noite foram:
Adorei.
All of a suden deixámos de ser as jovens das saídas à noite como se não houvesse amanhã, das trocas de roupa e sapatos, das toneladas de maquilhagem, dos pequenos-almoços na Lua de Mel depois de ir para o 100. Jantámos uma sopa e salada, um saboroso "appel-strudel" com gelado e bebemos sumo de maçã. Continuamos umas jovens, mas saímos menos à noite e usamos menos maquilhagem, falamos dos empregos, das casas, dos bi-horários, e dos homens das nossas vidas.
Os pontos altos da noite foram:
- As 1001 maneiras de evitar uma conversa que não interessa nem ao pai-natal
- a visita ao site dos bolos (vai uma tíbia?)
- o pacto que fizemos
- a sessão fotográfica com direito a cornichos e tudo
Adorei.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Pouco a pouco II
... as peças começam a encaixar.
O Tê (re)começa para a semana a trabalhar no HRC - muda-se de país (e de salário...) mantêm-se mais ou menos o mesmo emprego.
Eu comecei esta semana num part-time a 2 minutos de casa, com um trabalho que pode ser giro num mundo de que eu gosto muito - o dos livros.
Para quem chegou há pouco mais de duas semanas não está mal!
Amadorismo
O Tê e eu, nesta nossa procura por um trabalho, temo-nos deparado com tanta, mas tanta falta de profissionalismo que até mete dó...
Ele é cartões de visita que não existem, atitudes snobs, entrevistas por quem não as sabe fazer, telemóveis de empresa atendidos por pessoas diferentes...
Não sei se somos nós que estamos exigentes demais (coisa que não devia ser possível) mas assim não admira que o país não ande para a frente.
Por outro lado vem-me à cabeça a ideia de que "em terra de cego quem tem 1 olho é rei", pelo que se calhar não era mau de todo começar a pensar em trabalhar para mim e não para os outros.
Esta ideia, apesar de me dar um pouco de medo, começa cada vez mais a fazer sentido.
Ele é cartões de visita que não existem, atitudes snobs, entrevistas por quem não as sabe fazer, telemóveis de empresa atendidos por pessoas diferentes...
Não sei se somos nós que estamos exigentes demais (coisa que não devia ser possível) mas assim não admira que o país não ande para a frente.
Por outro lado vem-me à cabeça a ideia de que "em terra de cego quem tem 1 olho é rei", pelo que se calhar não era mau de todo começar a pensar em trabalhar para mim e não para os outros.
Esta ideia, apesar de me dar um pouco de medo, começa cada vez mais a fazer sentido.
É só a mim que acontece?
Olhar para o CV de outra pessoa e pensar:
"O que é que andaste a fazer com a tua vida até agora, Mary?"
Há sempre tanta coisa que se podia fazer e não se faz (sabe-se lá porquê...)
Que nervos...
"O que é que andaste a fazer com a tua vida até agora, Mary?"
Há sempre tanta coisa que se podia fazer e não se faz (sabe-se lá porquê...)
Que nervos...
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Coisas irritantes que nos dizem
"Vocês não deviam ter voltado. Isto está muita mal, vai de mal a pior, este país é uma merda e lá é que vocês estavam bem."
(tipo... obrigadinha pelo optimismo! Além de que nós não fomos embora há 20 anos, fomos há 2, pelo que o país não mudou nem piorou assim tanto, pelo que basicamente, nós já sabíamos o que nos esperava...)
"Bem... ir para a Holanda, pá... que sorte, a sério, eu se pudesse fazia o mesmo. É pá o que eu adorava fazer o que vocês fizeram, se eu pudesse ia..."
(excepção feita a quem diz isto mas tem filhos - coisa que curiosamente não acontece. Normalmente quem nos diz isso é exactamente aquele que se quisesse mesmo...ia!)
"Então contem lá: como é que foi lá na Holanda?"
(querem um resumo de dois anos em quanto tempo mesmo?)
(tipo... obrigadinha pelo optimismo! Além de que nós não fomos embora há 20 anos, fomos há 2, pelo que o país não mudou nem piorou assim tanto, pelo que basicamente, nós já sabíamos o que nos esperava...)
"Bem... ir para a Holanda, pá... que sorte, a sério, eu se pudesse fazia o mesmo. É pá o que eu adorava fazer o que vocês fizeram, se eu pudesse ia..."
(excepção feita a quem diz isto mas tem filhos - coisa que curiosamente não acontece. Normalmente quem nos diz isso é exactamente aquele que se quisesse mesmo...ia!)
"Então contem lá: como é que foi lá na Holanda?"
(querem um resumo de dois anos em quanto tempo mesmo?)
domingo, 13 de abril de 2008
"Rapariguinha da franja" parte II
Depois de um sábado de rabo de cavalo (que suscitou bastante desilusão a alguns leitores deste blog que esperavam ver o novo visual em pleno - pelo facto pedimos desculpa) para disfarçar uma não-lavagem de cabelo, acabo agora de sair de em frente ao espelho agora sim com o meu novo e definitivo visual (já que infelizmente a cabeleireira não seca franjas ao domicílio).
Creio que todas as leitoras deste blog já passaram pela experiência de ter de enfrentar a dura realidade de lavar o cabelo em casa depois da vinda do cabeleireiro. Quando vimos do cabeleireiro normalmente vimos lindas como nunca. O corte de cabelo corresponde exactamente àquilo que pedimos, e durante os primeiros dias/horas recebemos rasgados elogios. No dia em que temos de lavar o cabelo em casa é que regressamos à terra, qual Cinderela que volta a ser Gata Borralheira.
Ontem pedi emprestada a escova mágica à mãe-detective, que me deu dois ou três conselhos-chave para o sucesso da operação. Parecia tão simples...
Acabo de passar 3 horas ao espelho, com a escova na mão direita e na mão esquerda, com o secador entre os joelhos, deixa cair secador, pousa secador e deixa cair o cesto dos cremes, põe aquele bico no secador (que estava ainda dentro do plástico) e fazer toda a operação com graves dificuldades por estar em frente ao espelho e nem sempre conseguir perceber a diferença entre a esquerda e a direita... Épico.
O resultado podia ser pior, devo confessar.
Mas aprendi que lavar o cabelo com pressa não é solução nos próximos dias...
Creio que todas as leitoras deste blog já passaram pela experiência de ter de enfrentar a dura realidade de lavar o cabelo em casa depois da vinda do cabeleireiro. Quando vimos do cabeleireiro normalmente vimos lindas como nunca. O corte de cabelo corresponde exactamente àquilo que pedimos, e durante os primeiros dias/horas recebemos rasgados elogios. No dia em que temos de lavar o cabelo em casa é que regressamos à terra, qual Cinderela que volta a ser Gata Borralheira.
Ontem pedi emprestada a escova mágica à mãe-detective, que me deu dois ou três conselhos-chave para o sucesso da operação. Parecia tão simples...
Acabo de passar 3 horas ao espelho, com a escova na mão direita e na mão esquerda, com o secador entre os joelhos, deixa cair secador, pousa secador e deixa cair o cesto dos cremes, põe aquele bico no secador (que estava ainda dentro do plástico) e fazer toda a operação com graves dificuldades por estar em frente ao espelho e nem sempre conseguir perceber a diferença entre a esquerda e a direita... Épico.
O resultado podia ser pior, devo confessar.
Mas aprendi que lavar o cabelo com pressa não é solução nos próximos dias...
sexta-feira, 11 de abril de 2008
"Rapariguinha da franja"
Ontem foi dia de cabeleireiro.
Desde 2005 só corto o cabelo com a mesma cabeleireira, que nunca me desiludiu, e por outro lado nunca me deixa com o cabelo igual (essa do ir lá só cortar as pontas não funciona com ela). Não há monotonia que resista àquela tesoura, e uma mudança de visual é sempre garantida.
Nos últimos meses tinha-lhe perdido o rasto, mas depois de uma investigação complicada, com quase subornos e segredos à mistura, a minha mãe-detective cumpriu a sua missão e conseguiu descobrir o paradeiro da artista capilar.
E por isso desde ontem ostento franja.
Não tinha uma franja assim desde os 7 ou 8 anos. Sabe quem me conhece que o meu cabelo é ondulado, e encaracola à primeira oportunidade. Sabe quem me conhece também que não tenho paciência para esticar a trunfa e que mesmo que tivesse não o faria porque gosto dos meus caracóis.
No entanto, agora se calhar vai ter mesmo de ser.
Vou pedir ajuda à mãe-detective, que, ao contrário do que possa parecer, também ela tem a cabeça coroada por uma forte caracolada, e por isso domina a arte de controlar os caracóis.
Desde 2005 só corto o cabelo com a mesma cabeleireira, que nunca me desiludiu, e por outro lado nunca me deixa com o cabelo igual (essa do ir lá só cortar as pontas não funciona com ela). Não há monotonia que resista àquela tesoura, e uma mudança de visual é sempre garantida.
Nos últimos meses tinha-lhe perdido o rasto, mas depois de uma investigação complicada, com quase subornos e segredos à mistura, a minha mãe-detective cumpriu a sua missão e conseguiu descobrir o paradeiro da artista capilar.
E por isso desde ontem ostento franja.
Não tinha uma franja assim desde os 7 ou 8 anos. Sabe quem me conhece que o meu cabelo é ondulado, e encaracola à primeira oportunidade. Sabe quem me conhece também que não tenho paciência para esticar a trunfa e que mesmo que tivesse não o faria porque gosto dos meus caracóis.
No entanto, agora se calhar vai ter mesmo de ser.
Vou pedir ajuda à mãe-detective, que, ao contrário do que possa parecer, também ela tem a cabeça coroada por uma forte caracolada, e por isso domina a arte de controlar os caracóis.
Day by day
E tal como seria de esperar mais de uma semana depois da chegada a rotina começa a instalar-se e aos poucos deixamos de ter a sensação de estar cá de férias.
Para isso muito contribuiu o tempo que fez esta semana. Ouvimos as pessoas queixar-se do tempo, mas nós nem notamos - estamos "programados" ainda para notar o bom tempo, mas o mau não nos faz diferença (também não temos de o enfrentar em cima do selim da bicilceta por isso...).
A ida às Finanças, ao Oeiras parque comprar um presente, aos Santinhos tomar café, à Lua de Mel comer uma tártara, ao Limo Verde depois do jantar, também ajudam a sentir cada vez mais em casa.
E depois o contacto com a "nossa gente". Aqueles encontros furtivos que aconteciam quando vínhamos cá de fim de semana, repetem-se uma e outra vez. O stress de ir lanchar com um, tomar café com outro e jantar com outro já não acontece. Se não for hoje será amanhã.
Há tempo para tudo e para todos.
E isso é bom.
Para isso muito contribuiu o tempo que fez esta semana. Ouvimos as pessoas queixar-se do tempo, mas nós nem notamos - estamos "programados" ainda para notar o bom tempo, mas o mau não nos faz diferença (também não temos de o enfrentar em cima do selim da bicilceta por isso...).
A ida às Finanças, ao Oeiras parque comprar um presente, aos Santinhos tomar café, à Lua de Mel comer uma tártara, ao Limo Verde depois do jantar, também ajudam a sentir cada vez mais em casa.
E depois o contacto com a "nossa gente". Aqueles encontros furtivos que aconteciam quando vínhamos cá de fim de semana, repetem-se uma e outra vez. O stress de ir lanchar com um, tomar café com outro e jantar com outro já não acontece. Se não for hoje será amanhã.
Há tempo para tudo e para todos.
E isso é bom.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Pouco a pouco
...vamos começando a (re)criar as nossas raízes por aqui.
Pouco a pouco vamos começando a criar a nossa rotina.
Pouco a pouco começamos a ver a luz ao fundo do túnel.
Pouco a pouco vamos começando a criar a nossa rotina.
Pouco a pouco começamos a ver a luz ao fundo do túnel.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Cómodas
Muitas vezes acontece que quando crescemos ou saímos de casa dos pais descobrimos gostos/necessidades escondidos que não sabíamos que tínhamos até então.
Não foi exactamente quando saí de casa dos meus pais, porque me mudei para uma casa já mobilada, mas foi há pouco mais de um ano atrás que descobri a minha dependência por ter uma cómoda.
Não sei se para isso contribuiu o facto de ter uma cómoda só minha desde pequena.
Toda a gente sabe que os 3º filhos normalmente herdam as coisas dos irmãos e não têm quase nada de novo (fica já prometido um post sobre 3º filhos que tem muito que se lhe diga). Em casa dos meus pais, para vos dar um exemplo, dormi desde os 9 aos 24 anos numa cama da minha irmã. Até tinha um autocolante com um F com o Snoopy colado, não me deixando nunca esquecer que estava passar a minha infância, adolescência e parte da juventude a sonhar e a fazer planos em cama alheia. Acho mesmo que dormi lá mais tempo que ela própria. Só tive um armário meu e uma secretária minha pouco antes de entrar para a faculdade.
No entanto havia um móvel que foi comprado especificamente para mim e que guardou as minhas cuecas e meias e t-shirts desde que nasci até sair de casa. Foi a minha cómoda, branquinha e com pegas tipicamente anos 70, que guardou a minha roupa desde o tamanho 0 até ao 40.
Há um ano atrás uma simples cómoda do Ikea fez as minhas delícias e transformou a minha visão de uma casa inteira.
Quando agora nos mudámos outra vez, a mana Alexandra ofereceu-nos a sua casa.
Sabíamos que tínhamos um quarto com um colchão no chão à nossa espera, e uma casa que podíamos usar à nossa vontade e o tempo que quiséssemos. No dia da nossa chegada tivemos a surpresa de ter não só uma casa completa à disposição, mas também um quarto organizado e mobilado para nos fazer sentir mesmo mesmo em casa. A grande surpresa foi mesmo a cama, montada a 8 mãos no fim de semana anterior (talvez um dia nós possamos explicar por palavras a importância que teve para nós ter uma cama montada em família e em segredo para nos dar as boas-vindas...); mas tivemos também direito a uma mesa de cabeceira cada um, e para meu espanto e alegria, uma cómoda de 6 gavetas à espera das nossas coisas!
É claro que adorei a cama e o aspecto confortável e "cosy" do quarto, mas o facto de saber que tinha uma cómoda também à minha disposição para mim fez toda a diferença!
Mais uma vez é uma simples cómoda que me faz sentir ainda mais em casa!
Não foi exactamente quando saí de casa dos meus pais, porque me mudei para uma casa já mobilada, mas foi há pouco mais de um ano atrás que descobri a minha dependência por ter uma cómoda.
Não sei se para isso contribuiu o facto de ter uma cómoda só minha desde pequena.
Toda a gente sabe que os 3º filhos normalmente herdam as coisas dos irmãos e não têm quase nada de novo (fica já prometido um post sobre 3º filhos que tem muito que se lhe diga). Em casa dos meus pais, para vos dar um exemplo, dormi desde os 9 aos 24 anos numa cama da minha irmã. Até tinha um autocolante com um F com o Snoopy colado, não me deixando nunca esquecer que estava passar a minha infância, adolescência e parte da juventude a sonhar e a fazer planos em cama alheia. Acho mesmo que dormi lá mais tempo que ela própria. Só tive um armário meu e uma secretária minha pouco antes de entrar para a faculdade.
No entanto havia um móvel que foi comprado especificamente para mim e que guardou as minhas cuecas e meias e t-shirts desde que nasci até sair de casa. Foi a minha cómoda, branquinha e com pegas tipicamente anos 70, que guardou a minha roupa desde o tamanho 0 até ao 40.
Há um ano atrás uma simples cómoda do Ikea fez as minhas delícias e transformou a minha visão de uma casa inteira.
Quando agora nos mudámos outra vez, a mana Alexandra ofereceu-nos a sua casa.
Sabíamos que tínhamos um quarto com um colchão no chão à nossa espera, e uma casa que podíamos usar à nossa vontade e o tempo que quiséssemos. No dia da nossa chegada tivemos a surpresa de ter não só uma casa completa à disposição, mas também um quarto organizado e mobilado para nos fazer sentir mesmo mesmo em casa. A grande surpresa foi mesmo a cama, montada a 8 mãos no fim de semana anterior (talvez um dia nós possamos explicar por palavras a importância que teve para nós ter uma cama montada em família e em segredo para nos dar as boas-vindas...); mas tivemos também direito a uma mesa de cabeceira cada um, e para meu espanto e alegria, uma cómoda de 6 gavetas à espera das nossas coisas!
É claro que adorei a cama e o aspecto confortável e "cosy" do quarto, mas o facto de saber que tinha uma cómoda também à minha disposição para mim fez toda a diferença!
Mais uma vez é uma simples cómoda que me faz sentir ainda mais em casa!
Lisboa
E ontem pela primeira vez desde Dezembro de 2005 fui a Lisboa de transportes públicos.
Desde 1996 que o comboio e o metro (e também o autocarro 56, esse clássico que passava no Casal Ventoso, permitindo uma alegre convivência com os toxicodependentes de Lisboa a caminho da faculdade - até já os conhecia e tudo, mas adiante) fazem parte da minha rotina diária, primeiro para ir para a faculdade e depois para o Museu.
Que saudades!
Foi mesmo estranho ouvir aqueles sons tão familiares ("próxima estação Oeiras, deverão mudar de comboio os senhores passageiros que se destinam à estação de Belém" e também "próxima paragem Baixa Chiado, há correspondência com a linha azul"), mas foi um estranho agradável, de tal modo que ia eu a descer as esacadas para o metro no Cais do Sodré e dei por mim com um mega sorriso na cara, a reconhecer todos os cantinhos, todas as pedras, todos os azulejos daquele espaço.
Gostei dos novos bilhetes magnéticos que não entram na máquina (já não há aqueles que tinham uma fita métrica desenhada e entravam por um lado e saíam por outro), e também gostei de apanhar o metro às 22h e não ser a única pessoa na carruagem - havia muito mais gente do que eu esperava tanto no metro como no comboio. Apesar disso, há uma certa insegurança no ar, não sei se real se apenas dentro da minha cabeça, e apesar de não deixar de tirar o telemóvel quando foi preciso, senti sempre a necessidade de estar com a mão na mala para evitar surpresas.
Também gostei da razão pela qual fui a Lisboa: fui tomar café à Bénard com uma amiga italiana de Amsterdam, que veio a Lisboa em trabalho por um dia. Espero que seja a primeira de muitas visitas, e espero que ela não se tenha assustado com a chuvada tropical que apanhámos à subida da Rua do Carmo!
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
Como continuação do post anterior...
... posso informar-vos que o Sr. Rebelo já veio entregar as nossas coisas.
É uma boa notícia, porque a nossa roupa, além de pouca, era totalmente inadequada ao calor que se fazia sentir.
No entanto, entre uma caixa e a outra, entre um saco e uma mala de viagem, muitos mistérios ficam por resolver, e um deles é o paradeiro do carregador da bateria da máquina fotográfica.
Devido a este imprevisto este blog vai-se aguentando sem imagens... estas serão acrescentadas quando for possível.
É uma boa notícia, porque a nossa roupa, além de pouca, era totalmente inadequada ao calor que se fazia sentir.
No entanto, entre uma caixa e a outra, entre um saco e uma mala de viagem, muitos mistérios ficam por resolver, e um deles é o paradeiro do carregador da bateria da máquina fotográfica.
Devido a este imprevisto este blog vai-se aguentando sem imagens... estas serão acrescentadas quando for possível.
A viagem e a chegada
No próprio dia da viagem a tristeza já me tinha passado.
Estava era morta por chegar ao destino...
Tal como das outras vezes que mudámos de casa fechámos a porta sem olhar para trás. Sem dramas. Tirámos a fotografia da praxe à porta de casa (desta vez sem o terceiro elemento) e siga para bingo. Último tram na Surinameplein, último comboio na Lelylaan para Schiphol e voámos com escala em Londres.
Passámos ainda algumas horas em Londres, onde constatámos que:
Já com os pés em terra firme, passadas as burocracias inerentes e já com as malas na mão ainda tirámos a nossa última fotografia que encerra este capítulo das nossas vidas.
Do outro lado das portas de vidro um novo capítulo começou para nós, e não poderia ter sido da melhor maneira, com direito a pais, mana e cunhado, sobrinhada aos saltos, madrinha e "madrinho", e primos da Restinga (dois engravatados lindos de morrer, a mulher de um deles, mais a prima do Smart), e ainda cartazes de boas-vindas à M. e ao T. (era mesmo o que vinha escrito nos cartazes, e foi mesmo em honra a este blog, para que quem estivesse no aeroporto à mesma hora não soubesse que M. era Mary do Quase Adultos!), vinho do Porto para brindar aos que foram e aos que ficaram, e ainda croissants para matar a fome (e tapar o efeito do vinho do Porto também).
E foi a confusão típica nestas ocasiões, com lágrimas de alegria, abraços e apertões, todos a falar ao mesmo tempo e a fazer a festa na zona das chegadas.
O dia por que esperávamos há tanto tempo tinha finalmente acontecido.
Tínhamos chegado a casa.
Estava era morta por chegar ao destino...
Tal como das outras vezes que mudámos de casa fechámos a porta sem olhar para trás. Sem dramas. Tirámos a fotografia da praxe à porta de casa (desta vez sem o terceiro elemento) e siga para bingo. Último tram na Surinameplein, último comboio na Lelylaan para Schiphol e voámos com escala em Londres.
Passámos ainda algumas horas em Londres, onde constatámos que:
- tudo é mais caro que em Amsterdam
- as pessoas têm um ar mais cansado que em Amsterdam
- muitas pessoas usam auriculares Bluetooth
- Londres é uma cidade grande
- fizemos bem em ter escolhido Amsterdam
Já com os pés em terra firme, passadas as burocracias inerentes e já com as malas na mão ainda tirámos a nossa última fotografia que encerra este capítulo das nossas vidas.
Do outro lado das portas de vidro um novo capítulo começou para nós, e não poderia ter sido da melhor maneira, com direito a pais, mana e cunhado, sobrinhada aos saltos, madrinha e "madrinho", e primos da Restinga (dois engravatados lindos de morrer, a mulher de um deles, mais a prima do Smart), e ainda cartazes de boas-vindas à M. e ao T. (era mesmo o que vinha escrito nos cartazes, e foi mesmo em honra a este blog, para que quem estivesse no aeroporto à mesma hora não soubesse que M. era Mary do Quase Adultos!), vinho do Porto para brindar aos que foram e aos que ficaram, e ainda croissants para matar a fome (e tapar o efeito do vinho do Porto também).
E foi a confusão típica nestas ocasiões, com lágrimas de alegria, abraços e apertões, todos a falar ao mesmo tempo e a fazer a festa na zona das chegadas.
O dia por que esperávamos há tanto tempo tinha finalmente acontecido.
Tínhamos chegado a casa.
sábado, 5 de abril de 2008
Os últimos dias
Os últimos dias foram, de um modo geral e como seria de esperar, de alguma tensão.
Na sexta feira às 15h a casa tinha de estar totalmente vazia, pelo que na 5a antes foram lá os meus colegas depois do trabalho buscar cada um a sua coisa. Foi muito cómico, e quando demos por nós depois de eles saírem estávamos com a casa vazia. Parecia que tinha havido um assalto. Foi óptimo e deu um jeitão.
Dos meus móveis a única coisa que me estava a custar deitar fora era mesmo a minha cómoda, que tanto contribuiu para o meu conforto há um ano atrás. Gostei de saber que ficou bem entregue, e provavelmente irei visitá-la de vez em quando.
Na sexta houve limpeza de manhã e depois vieram as donas da casa buscar a chave e ver se estava tudo bem. Estava.
Pudemos ficar na casa até domingo mas apenas com o essencial (colchão no chão e malas prontas), pelo que foi um bocado estranho estar ali "em casa" mas acampados no quarto, sem sítio para sentar nem nada. Aquela no fundo, já não era a nossa casa.
Estava a custar imenso pensar que íamos ainda passar dois dias ali. Sabíamos que já não tínhamos muito a fazer, e que o que nos esperava era um rol de encontros e despedidas.
Já nos tinha acontecido o mesmo antes de virmos para cá (deve ser uma coisa normal), que é passar os últimos dias a almoçar com um, tomar café com outro, jantar com outro com o intuito de despedir. É horrível. Todos sabemos o que vai acontecer no fim do encontro e todos passamos o tempo a evitar e a tentar ter conversas normais para evitar o assunto. Eu pessoalmente acho que nestes últimos dois anos desenvolvi uma certa resistência às despedidas e acabo sempre por não demonstrar o que sinto para não tornar os momentos ainda mais difíceis. Mas é só fachada, porque é difícil à mesma.
No sábado ainda esteve algum sol, mas no domingo estava o dia mais deprimente que era possível. Todo o dia cinzento e com chuva miudinha. Só apetecia mesmo estar em casa a ver filmes.
O dia acabou com um jantar num restaurante tailandês no Jordaan (antes disso apanhámos uma molha até aos ossos para lá chegar, o que é sempre agradável).
O caminho para casa foi o "bater no fundo". Toda a tensão acumulada nos últimos dias foi saindo em forma de lágrimas enquanto eu pedalava pelas ruas, pontes e canais de Amsterdam. As lágrimas confundiram-se com a chuva.
Chegámos a casa e eu estava muito muito muito triste por a nossa aventura chegar ao fim.
Foram dois anos em que crescemos imenso.
Fomos para lá completamente à maluca e do nada conseguimos vencer. Não tivemos ajuda nenhuma, não tínhamos ninguém a não ser um ao outro, e aos poucos conseguimos sempre fazer o que queríamos.
Não tínhamos a noção de nada quando saímos daqui, mas demos as cabeçadas que foi preciso para pôr os pés no chão e no fim correu tudo bem.
Fizemos bem em ter ido, e eu voltava a fazer tudo de novo.
E conseguimos ser nós a mandar na vida e não a vida a mandar em nós!
Fico mesmo orgulhosa por termos sido "os que vão" e não os que se ficam a lamentar a vida inteira por não terem ido.
Foi muita giro.
Na sexta feira às 15h a casa tinha de estar totalmente vazia, pelo que na 5a antes foram lá os meus colegas depois do trabalho buscar cada um a sua coisa. Foi muito cómico, e quando demos por nós depois de eles saírem estávamos com a casa vazia. Parecia que tinha havido um assalto. Foi óptimo e deu um jeitão.
Dos meus móveis a única coisa que me estava a custar deitar fora era mesmo a minha cómoda, que tanto contribuiu para o meu conforto há um ano atrás. Gostei de saber que ficou bem entregue, e provavelmente irei visitá-la de vez em quando.
Na sexta houve limpeza de manhã e depois vieram as donas da casa buscar a chave e ver se estava tudo bem. Estava.
Pudemos ficar na casa até domingo mas apenas com o essencial (colchão no chão e malas prontas), pelo que foi um bocado estranho estar ali "em casa" mas acampados no quarto, sem sítio para sentar nem nada. Aquela no fundo, já não era a nossa casa.
Estava a custar imenso pensar que íamos ainda passar dois dias ali. Sabíamos que já não tínhamos muito a fazer, e que o que nos esperava era um rol de encontros e despedidas.
Já nos tinha acontecido o mesmo antes de virmos para cá (deve ser uma coisa normal), que é passar os últimos dias a almoçar com um, tomar café com outro, jantar com outro com o intuito de despedir. É horrível. Todos sabemos o que vai acontecer no fim do encontro e todos passamos o tempo a evitar e a tentar ter conversas normais para evitar o assunto. Eu pessoalmente acho que nestes últimos dois anos desenvolvi uma certa resistência às despedidas e acabo sempre por não demonstrar o que sinto para não tornar os momentos ainda mais difíceis. Mas é só fachada, porque é difícil à mesma.
No sábado ainda esteve algum sol, mas no domingo estava o dia mais deprimente que era possível. Todo o dia cinzento e com chuva miudinha. Só apetecia mesmo estar em casa a ver filmes.
O dia acabou com um jantar num restaurante tailandês no Jordaan (antes disso apanhámos uma molha até aos ossos para lá chegar, o que é sempre agradável).
O caminho para casa foi o "bater no fundo". Toda a tensão acumulada nos últimos dias foi saindo em forma de lágrimas enquanto eu pedalava pelas ruas, pontes e canais de Amsterdam. As lágrimas confundiram-se com a chuva.
Chegámos a casa e eu estava muito muito muito triste por a nossa aventura chegar ao fim.
Foram dois anos em que crescemos imenso.
Fomos para lá completamente à maluca e do nada conseguimos vencer. Não tivemos ajuda nenhuma, não tínhamos ninguém a não ser um ao outro, e aos poucos conseguimos sempre fazer o que queríamos.
Não tínhamos a noção de nada quando saímos daqui, mas demos as cabeçadas que foi preciso para pôr os pés no chão e no fim correu tudo bem.
Fizemos bem em ter ido, e eu voltava a fazer tudo de novo.
E conseguimos ser nós a mandar na vida e não a vida a mandar em nós!
Fico mesmo orgulhosa por termos sido "os que vão" e não os que se ficam a lamentar a vida inteira por não terem ido.
Foi muita giro.
Não podes estar à janela a ver-te passar...
Que é como quem diz, não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Ainda me sinto de férias, apesar de tudo. Ainda me parece que um dia destes regresso a casa. Eu sei que parece estranho, que para quem fica, porque fica, parece que nada mudou, e que o nosso regresso é apenas um retomar da nossa vida no ponto onde a deixámos no dia 18 de Janeiro de 2006.
Todo este sol e calor, que pelos vistos chegou para nos receber, vem reforçar essa sensação de férias, de cenário idílico perfeito para almoços na esplanada, cafés no bar da praia e caminhadas.
Mas no fundo eu sei que a minha vida não é isto, e por isso não posso deixar de achar que um dia as férias vão acabar e eu vou regressar à normalidade. E a normalidade, a minha rotina, por muito estranho que possa parecer, é Amsterdam, a apanhar todos os dias o comboio na estação Lelylaan para ir para Hoofdorp trabalhar.
Não posso retomar a minha vida no ponto onde a deixei. Não regressei para a minha casa, nem para a casa dos meus pais, não regressei para o meu trabalho e ainda não arranjei nada disso, por isso por enquanto a sensação que tenho é a de vida dupla.
Dá-me a impressão que me vou, mas sei que fico.
Sei também que tudo isto é normal. Ainda não fez uma semana que chegámos.
Ainda me sinto de férias, apesar de tudo. Ainda me parece que um dia destes regresso a casa. Eu sei que parece estranho, que para quem fica, porque fica, parece que nada mudou, e que o nosso regresso é apenas um retomar da nossa vida no ponto onde a deixámos no dia 18 de Janeiro de 2006.
Todo este sol e calor, que pelos vistos chegou para nos receber, vem reforçar essa sensação de férias, de cenário idílico perfeito para almoços na esplanada, cafés no bar da praia e caminhadas.
Mas no fundo eu sei que a minha vida não é isto, e por isso não posso deixar de achar que um dia as férias vão acabar e eu vou regressar à normalidade. E a normalidade, a minha rotina, por muito estranho que possa parecer, é Amsterdam, a apanhar todos os dias o comboio na estação Lelylaan para ir para Hoofdorp trabalhar.
Não posso retomar a minha vida no ponto onde a deixei. Não regressei para a minha casa, nem para a casa dos meus pais, não regressei para o meu trabalho e ainda não arranjei nada disso, por isso por enquanto a sensação que tenho é a de vida dupla.
Dá-me a impressão que me vou, mas sei que fico.
Sei também que tudo isto é normal. Ainda não fez uma semana que chegámos.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Primeiras impressões
Calor. Sol. Verão total.
Muitos reencontros. Abraços e algumas lágrimas. Em casa mas sem casa. Férias. Óculos de sol. Pouca roupa na mala. Roupa na mala inadequada a este tempo. Pessoas baixas. Cuidado com os comentários em português. Pele branca. Comida boa e saudável. Pão e queijo fresco.
Só coisas boas, mas ainda sinto que a qualquer momento vou pegar nas coisas e regressar a casa.
(sim, ainda sinto Amsterdam como casa)
Muitos reencontros. Abraços e algumas lágrimas. Em casa mas sem casa. Férias. Óculos de sol. Pouca roupa na mala. Roupa na mala inadequada a este tempo. Pessoas baixas. Cuidado com os comentários em português. Pele branca. Comida boa e saudável. Pão e queijo fresco.
Só coisas boas, mas ainda sinto que a qualquer momento vou pegar nas coisas e regressar a casa.
(sim, ainda sinto Amsterdam como casa)
terça-feira, 1 de abril de 2008
New Beginning
Já cá estamos.
Os relatos dos últimos dias seguem em breve.
Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas.
(e sim, estamos felizes!)
Os relatos dos últimos dias seguem em breve.
Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas.
(e sim, estamos felizes!)
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