domingo, 29 de setembro de 2019

Aquela altura do ano

Em que a cada mergulho nos perguntamos: terá sido o último?
Começo a achar que ontem foi mesmo.
Para o ano há mais...

sábado, 28 de setembro de 2019

Livro 35/40

Três Mulheres Poderosas, de Marie NDiaye

Acho que há livros que vêm ter connosco em determinadas alturas. Às vezes estão ali não sei quanto tempo, e um dia pegamos neles e tudo faz sentido, parece que estavamos à espera do momento certo para o ler.
Ora, com este talvez tenha acontecido precisamente o contrário. É um bom livro, com três boas histórias cheias de ingredientes que fazem excelentes livros (histórias diferentes, personagens interessantes, alguma fantasia, realidades que sabemos que existem mas são distantes, e por aí fora), no entanto, não se fez o click cá dentro.
Gostei da primeira história, a segunda só a queria acabar (muito bem escrita, atenção, com uma tensão latente em cada página muito bem construída) e a terceira deixou-me assim meia indiferente. Acho que não foi o momento para apreciar a profundidade deste livro. Confesso que as tantas estou um bocado farta de ambientes deprimentes, preciso de mudar um bocado o registo.
Dei 3 estrelas e recomendo, porque acredito que é um bom livro que veio ter comigo na altura errada. (livro da biblioteca, já agora)

sábado, 21 de setembro de 2019

Livro 34/40

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Histórias de Verão , Contos de Inverno de David Lodge
Confesso uma pequena batota: fui à biblioteca estudar mas não resisti a dar uma vista de olhos na parte da literatura e a escolher um livro para trazer (e escolhi um que não tem nada a ver com este). Resolvi depois passar os olhos na parte do David Lodge e ver o que havia que eu não tivesse lido. Dei de caras com este e trouxe-o apenas e só porque é muito pequeno, e sendo contos tinha a certeza que o leria em 24 horas e isso ia colocar-me mais perto do meu objectivo. E assim foi.
Lê - se muito rapidamente, são histórias soltas, algumas hilariantes.
Dei 4 estrelas e recomendo vivamente.

First world problems

Altura do ano em que perdemos o bronze não combina com toalhas de banho brancas.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Livro 33/40

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Conversas com Sarah Afonso, de Maria José Almada Negreiros
A propósito da exposição da Sarah Afonso que está  a Gulbenkian (até dia 7), a minha irmã lembrou-se que tinha este livro e trouxe para me emprestar.
A Sarah Afonso foi uma artista pioneira da sua geração que trabalhou em diferentes suportes e se inspirava na cultura popular, mas que acabou por ficar para sempre associada ao seu casamento com Almada Negreiros (deixando mesmo a sua criação de lado por a achar inferior à do marido).
Numa altura em estava já em idade avançada a sua nora, achando piada às conversas que surgiam depois de almoço e as histórias que ela contava, começa a levar um pequeno gravador às escondidas, e faz o registo que depois é passado para livro.
O livro tem todo ele o tom de conversa, por vezes achamos que estamos mesmo ali à mesa a ouvi-la contar episódios engraçados, histórias verdadeiras, boatos, personalidades dos artistas do modernismo português. É um testemunho importantíssimo de um momento chave da nossa História, contado na primeira pessoa.
Já tinha lido muitas transcrições deste livro, que aparecem citadas aqui e ali, mas há ali muita informação nova que me vai ser útil nas minhas visitas.
Dei 4 estrelas e recomendo.

Cabeça em forma

Bom saber que ao fim de dois meses parada voltei a fazer visitas nos meus três palácios e sem me enganar.
Ele há coisas que é como andar de bicicleta.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Coração em Maputo

Desde domingo que em Maputo está uma família que adoro (prima querida, marido e dois filhos, um deles meu afilhado!).
Foi uma notícia difícil de digerir, e as saudades são muitas, mas por agora vamos-nos divertindo com as suas peripécias de contraste com um novo país e cultura: o primeiro dia com 11 horas de voo e duas crianças e sem máquina de café (nem café por perto), a procura por coisas básicas, o primeiro dia de escola dos miúdos.
Hoje deu uma reportagem sobre Moçambique, e mostrei aos miúdos.
Amaram. Perguntei se ficavam chateados se o pai e a mãe fossem sozinhos. Ficaram indignados!
Vamos lá apertar o cinto e fazer um mega mealheiro!
Moçambique, aí iremos nós!

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Uma série de primeiras vezes - mais um novo ano lectivo

Começou esta semana mais um ano lectivo, que traz com ele várias mudanças e alterações.
Na 2ª feira houve portanto várias primeiras vezes:
  • o mais velho entrou numa nova escola no 5º ano - uma escola maior, que vai do 5º ao 9º ano. Estava nervoso (apesar de dizer que não se sentia nada nervoso). Estava mal disposto quando saímos de casa. Pior ficou quando viu o trânsito que estava nas redondezas da escola nova (que é paredes meias com o maior colégio da linha, e por isso o caos de trânsito naquela zona é normal, coisa que eu desconhecia, claro está). Lá estacionei um bocado longe, o Tê tinha visto o trânsito e resolveu esperar de mota para poder ficar com as miúdas no carro e eu lá fui com o mais velho até à escola. Estavam uns 200 miúdos e respectivos pais à porta, tudo a passar o cartão e a maior confusão. Ele cada vez mais mal disposto, ainda mais porque já passava da hora de entrada. Às tantas os nervos foram de tal ordem que vomitou (muito discretamente) e lá se começou a sentir melhor. E foi para a escola, que isto no primeiro dia não se pode faltar.
  • a do meio ficou na mesma escola, com a mesma turma e professores. Costumamos sempre tirar foto à porta da escola, mas com a confusão anterior já eu estava a ficar sem tempo, parei à porta e ela saiu, como num dia normal, por isso pela primeira vez não tirou foto antes de entrar (já tinha tirado foto em casa, menos mal)
  • a mais nova perante todo este stress, resolveu chorar quando finalmente a deixei na escola - e foi a primeira vez. 
  • antes de ir para o trabalho achei por bem passar outra vez na escola do mais velho (mais uma primeira vez!), para ver se o via pelo portão e confirmar que estava melhor (escola nova, sem conhecer os adultos, e ele sem telemóvel que é coisa rara hoje em dia). Senti-me muito mãe galinha e exagerada, mas só queria ver se ele não estava a vomitar sozinho a um canto. Claro que havia vários pais, ainda mais galinha do eu (uma mãe queria ver a filha porque ela estava muito sozinha - não vou comentar isto porque eu também lá estava, mas enfim). A senhora da portaria deixou-me entrar e vi-o a passar a correr, num jogo de apanhada com amigos novos e antigos.Na maior, portanto.
  • sabendo de antemão que a do meio seria negligenciada nesse dia, porque para ela não houve mudanças, deixei pela primeira vez um bilhete fofinho na lancheira. No geral sou contra os bilhetes fofinhos porque me lembro que ficava com muitas saudades da minha mãe, mas achei que ela merecia, e ainda merecia mais depois de ser despachada às três pancadas.
  • também pela primeira vez resolvi ligar para a escolinha da mais nova para saber se já tinha passado o drama, e claro que tinha.

    Depois disto, fui trabalhar (como se fosse a primeira vez!).
    Que canseira, tanta novidade

Livro 32/40

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A vida em surdina, David Lodge

Houve uma altura da minha vida, há quase 20 anos talvez, por aí, em que fui viciada no David Lodge.
Comecei no Pensamentos Secretos (que adorei!) e fui por aí fora (assim de repente lembro-me de Um Almoço Nunca é de Graça, A Troca, O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo, Longe do Abrigo, Até Onde Se Pode Ir?) gostando de mais de uns que de outros, claro, mas ainda assim sempre boas experiências. Foram assim vários em catadupa num curto espaço de tempo e depois passou a febre.
Entretanto, quando estava na Holanda alguém me falou deste livro e eu na altura não tive vontade nenhuma de o ler. Ainda não tinha "desenjoado" da linguagem e ambiente (de faculdades de línguas quase sempre) deste autor.
Agora peguei neste, mais um emprestado pelo meu pai, que o aconselhou vivamente.
Confesso que já tinha saudades de tudo, da linguagem (às vezes com vários narradores, às vezes só com um mas nunca igual), do ambiente (quando não é universitário anda sempre lá perto - neste caso o narrador é um professor reformado) e principalmente do sentido de humor (que saudades!).
Não sendo aquele livro que apetece devorar, prende bastante, é interessante e fácil de ler apesar de haver uma certa tristeza/nostalgia que nos acompanha do início ao fim.

Dei 4 estrelas e recomendo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A segunda vez

Muitas vezes é ao segundo dia de escola que as crianças choram - já acabou a novidade, já sabem ao que vão, por isso choram.
Ao segundo dia houve de facto um bocadinho de choro, sim, mas na hora de vir embora.
Sentada à mesa com os outros, quando lhe disse para virmos embora respondeu-me "não! Vai tu!"

Melhor-bebé-de-sempre (já tinha dito?)

terça-feira, 10 de setembro de 2019

A primeira vez

A primeira a "regressar" à escola foi a nossa baby 3.
Este ano vai para uma escolinha em regime part time. Brinca e tem atividades com meninos da sua idade de manhã, almoça e dorme a sesta em casa dos avós à tarde. Fica com o melhor dos dois mundos.
Na Holanda e noutros países é muito normal as crianças irem ao infantário em part time. O facto de terem com quem ficar não significa que não possam ter a experiência da escola, nem a escola tem de ser um depósito de crianças todo o dia quando não há necessidade. Investiguei e procurei nos infantários da zona e parecia que estava a perguntar uma coisa do outro mundo: ir só de manhã? Ir só três dias? Nada disso, só aceitavam as crianças em full time por causa do grupo, das rotinas, e coiso.
Afinal a solução estava na escola que me acolheu em 2014 quando decidi mudar de emprego (foi la que me entrevistaram para ir dar AEC para a escola pública da zona), que tem um grupo de brincadeira para crianças portuguesas e estrangeiras que pode ser só de manhã, só de tarde ou todo o dia, à medida da necessidade.
Um espaço acolhedor, um grupo de meninos pequeno, com uma equipa que já conheço e em quem confio plenamente, só podia correr bem.
Ela foi super entusiasmada, só me pediu colo para entrar, deixou-me vir embora 10 minutos depois e ficou na maior. Quando a fui buscar estava numa tenda com "as amigas", e não queria vir embora.
Eu sei que nós temos muita influência no estado de espírito deles - e eu não podia estar mais calma e confiante quando a deixei - mas não deixa de ser uma grande sorte esta filha tão querida que não dá problemas nenhuns.
Melhor bebé de sempre. Confere.
Aguardemos a sua reação amanhã, que já sabe ao que vai, mas estou muito positiva.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Post das férias

Tal como já aqui tinha partilhado, as férias deste ano foram atípicas, quer na época quer na ausência de planos, quer na duração (3 semanas de seguida).
Por razões diferentes acabamos por passar as duas primeiras por cá. Foi a primeira vez, penso eu, mas acho que conseguimos re-criar um bocadinho das férias com um e o outro lado da família.
Fomos às praias aqui perto, e jantámos sempre fora de casa (aliás nem sei quando foi a última vez que jantámos em casa). Esteve vento e pouco calor primeiro, depois o verão lá se decidiu a aparecer.
Não houve muitos fins de dia na praia, mas os que houve foram fantásticos.
Houve jantares em restaurantes, cinema a dois, almoços fora também, reuniões de família e festas de anos a que normalmente faltamos.
Cá em casa tomámos o pequeno almoço na varanda todos os dias, e houve panquecas, sumo de laranja e nutella saudável muitas vezes (tudo feito por eles).
À noite houve jogatanas com os primos, cartas, jogos de tabuleiro e outros que se aprendem nos campos de férias.
No geral esteve-se mesmo muito bem, mas a verdade é que sair de casa também é preciso, mesmo que sejam poucos dias.
Assim, na ultima semana das férias fomos novamente acampar os 5 para a costa vicentina, sendo que apanhámos a melhor semana de sempre - tempo quente, água quente e tranquila. Foram 5 dias que souberam a 15.
Agora é acertar agulhas e começar a preparar o ano lectivo que aí vem.
Venha ele!

Livro 31/40

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A Humilhação, Philip Roth

Eu que nunca tinha lido nada deste autor, este ano já vou no 3º. Foram três experiências completamente diferentes.
Este livro deixou-me desconcertada. Depois da apatia do livro anterior (e se calhar por causa dela) este veio mexer aqui com os sentidos e por-me a pensar em coisas diferentes.
Tenho uma opinião completamente ambígua em relação ao livro.
Se me perguntam se gostei, respondo que não.
Não gostei desta história, mas não consegui parar de ler (e não é um policial em que queremos saber quem é o assassino).
Mesmo não tendo gostado achei o livro arrebatador, controverso e provocador. 
Surpreendeu, e por isso dei 4 estrelas.

Livro 30/40

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Debaixo de algum céu, de Nuno Camarneiro

Estava cá em casa há que tempos, pensava que era do Tê mas afinal era do meu pai emprestado ao Tê. Nenhum dos dois foi muito efusivo em relação ao livro, mas eu resolvi ler na mesma.
E partilho o pouco entusiasmo.
Lê-se muito bem, e muito rapidamente, está bem escrito e com personagens bem construídas.
No entanto é um livro que não me acrescenta nada.
E principalmente, está cheio de lugares-comuns: a viúva sozinha com o gato, o pai de família que dorme com a secretária, o padre pouco católico, o renegado da sociedade com uma história triste, o puto esquisito, a adolescente irritante, a mãe recente a dar em doida. E tudo escrito numa prosa poética cheia de imagens que sendo bonitas, lhes falta a genialidade que temos noutros autores portugueses.
Dei 3 estrelas porque em nenhum momento o livro me ocorreu abandona-lo, mas não o vou recordar de certeza.

Livro 29/40

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Eva, de Arturo Pérez-Reverte

Primeiro livro deste autor, e primeiro contacto com a personagem Lorenzo Falcó (que aparece noutro livro primeiro, mas de que este não é uma continuação).
Lê-se muito bem, leitura perfeita para as férias, descontraída.
Lorenzo Falcó é, basicamente, o James Bond espanhol durante a Guerra Civil de Espanha.
Temos tudo o que precisamos para uma receita de sucesso: perseguições espetaculares, suspense, assassinatos, cenas de porrada, sexo com mulherões, maridos ciumentos, amizades com o inimigo, formas mais ou menos ortodoxas de cumprir missões.
Foram 3 estrelas porque nos agarra, mas é tão previsível que percebemos logo onde é que a coisa vai dar.