Assim passam os dias, uns atrás dos outros, atrás dos outros.
Tempo para pensar no assunto, para refletir sobre o que andamos a fazer - à primeira vista, não há.
Lembro-me sempre da minha mãe dizer que o tempo em que nós éramos pequeninas passou demasiado depressa - e dou-lhe razão. Vejo as colegas de 30 e poucos a ter bebés e só lhes digo que é sempre a melhorar (porque continuo a achar que é), mas não deixo de pensar o quanto enganados andamos quando achamos que "vamos ter um bebé" - nós não temos bebés, malta, nós temos pessoas que numa fração de segundos deixam de ser bebés. Depois temos outras aventuras.
Li uma frase algures, que somos tão felizes quanto o nosso filho menos feliz - e às tantas parece isso mesmo. Quando não temos com que nos preocupar (e eu não tenho tido, de facto), há sempre um pequeno drama ao virar da esquina, uma negativa escondida, um vídeo de tiktok que não era suposto verem, um horário de chegar a casa não respeitado, amigas que fazem grupinho à parte e fazem com que a chegada à escola seja de dores de barriga. Oh well...
Nos intervalos de tudo isto, entre as 10h e as 18h tento fazer tudo o resto. Mil projetos, coisas para entregar, ideias que tenho de ter e por no papel, páginas e páginas por ler sobre tudo e mais alguma coisa (e a sensação de que fica tanto por ler também). Sinto que ando sempre a correr, e sempre a ficar para trás.
E de corrida em corrida (todas metafóricas, bem entendido) a vida vai acontecendo, e que bom que é, mesmo com a casa caótica, o frigorífico sempre com faltas (ou com queixas sobre isso), unhas por pintar, caminhadas por dar, livros por ler e roupa por arrumar.
Os meus 45 aproximam-se a passos largos.
Os anos, como os dias, também se sucedem em catadupa.
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