Volta não volta surge a oportunidade de ir a uma esplanada na praia com música ao vivo.
Dependendo da banda, o público vai mudando, com mais ou menos idade.
Ontem ao fim do dia fomos ver uma banda tributo aos U2, e claro, a maioria era malta da nossa idade e um pouco mais velhos - quarentas e muitos, cinquentas.
Foi bonito.
Foi bonito ver tanta gente da mesma faixa etária. Olhar em volta e reconhecer os mesmos sinais: cabelos brancos, rugas no pescoço, olhar semi cerrado a afastar o telemóvel… e uma energia do caraças, as letras todas de cor, tudo aos saltos no meio da “pista”.
E eu, que neste momento tenho muito contacto com gente mais nova - vintes e muitos, trintas, e a diferença que se nota! - fiquei nostálgica mas ao mesmo tempo agradecida e orgulhosa da minha geração.
Já não somos miúdos, que não somos, mas caramba, ainda não crescemos tudo! Aos vintes é fácil ter amigos, sair e divertir. Aos quarentas e muitos, não, mas ali estávamos nós. Em cada ruga há uma história, já passamos por muito: há divórcios, há pais doentes ou que ja morreram, sonhos que não se concretizaram, filhos que não se teve (e não se vai ter), filhos crescidos que já não nos ligam nenhuma, carreiras profissionais promissoras que não saíram do sonho, desilusões várias, que isto de viver é difícil!
Ainda assim, aqui estamos para as curvas, com muito mais repertório que a miudagem que nos olhava meio de lado, encostados ao balcão.
Soubessem eles o que os espera…
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