domingo, 29 de dezembro de 2019
2019 em livros
Li um total de 41 livros (isto ainda está em actualização).
Foram 10996 páginas.
Livro mais pequeno: Os Belos Dias de Aranjuez (62 páginas)
Livro maior: Desaparecimento de Stephanie Mailer (661)
Livro mais popular: Por favor não matem a cotovia (lido por quase 4 milhões e meio de gente! E quem não leu este livro neste momento está a passar vergonha eh eh eh)
Livro menos popular: A obra-prima desaparecido (lido só por mais 3 pessoas além de mim! Grupo super exclusivo)
Livro preferido: Meio Sol Amarelo (tive de pensar um bocado, mas foi sem dúvida o que mais me marcou e ao qual regresso muitas vezes). Também regresso, por outras razões, ao 1808, A Mancha Humana, Que importa a fúria do mar e Niassa.
Livro menos preferido: Por quem os sinos dobram (gostei pouco do Adeus às armas, mas este foi preciso muita muita persistência para conseguir acabar), outras desilusões foram A Cidade sem Tempo, Eva e Jesus Cristo bebia cerveja.
Autores que descobri e gostei: Dulce Maria Cardoso, Philip Roth e Chimamanda Ngozi Adichie.
Autores que descobri e não gostei: Hemingway e Afonso Cruz
Abandonei apenas um livro, mas por ser demasiado técnico e não ser essencial neste momento para o meu trabalho: Nuno Alvares Pereira - Guerreiro, Senhor Feudal, Santo (de João Gouveia Monteiro).
Livro que irá transitar para 2020: A Primeira Aldeia Global (Martin Page)
(isto acreditando que o outro livro que estou a ler ainda vou acabar a tempo em 2019).
Foi o ano em que mais li, foram muitos e bons momentos passados nesta boa companhia, e é sem dúvida uma das melhores coisas deste 2019.
Todos me trouxeram qualquer coisa.
2020 será ainda melhor.
sábado, 28 de dezembro de 2019
Natal passado
domingo, 22 de dezembro de 2019
Rudeness is a blessing @rudelife.co
Sim, o meu sobrinho faz parte da equipa mas notem que só depois de ter encomendado, feito uma crítica no site e ter recebido uma oferta como agradecimento (sendo que eu não me identifiquei como tia, pelo que fui tratada como um cliente normal), e ter recebido as coisas empacotadas com imenso detalhe, é que estou a falar nisto.
São jovens, são do Alentejo profundo, e fazem as coisas bem feitas.
É à confiança.
Rudelife Company @rudelife.co
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
E porque é que estamos a viver uma das épocas mais difíceis da nossa vida?
Aquela altura do ano
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
Bryan Adams, ontem e hoje
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Truques para não flipar (nesta e noutras épocas)
Nisso, o quê?
Nisso tudo. Não pensar em nada.
É isso.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
Ainda sobre o Natal
Eu gosto do Natal. Gosto mesmo muito. Mas gosto da noite e do dia de Natal. Ali a partir do dia 23, em que começamos a fazer rabanadas.
Por mim as decorações eram feitas nesse dia.
Este Natal arrastado desde o S. Martinho cansa-me. Olho para as lojas e ia jurar que estavam assim todas decoradas desde o ano passado. Tudo o que é demais perde a piada.
Infelizmente, quer queiramos quer não o Natal é consumista. E entre a black friday e os brinquedos todos a 50% eu juro que perco o restinho da minha paciência.
Costumo fazer as compras (para as crianças principalmente, mas são muitas) logo no início da época, para depois poder usufruir - aquela coisa de "ficar despachada", agora atentem na estupidez deste termo, ficar despachada, despachar as compras, zás trás pás está feito. É estúpido. É um stress, e é a antítese do espírito de Natal.
Depois há cada vez mais solicitações, as famosas aldeias do Natal que pululam, pelo menos aqui na zona. Pais natais gigantes, rodas ainda mais gigantes, árvores deslumbrantes, pistas de gelo, duendes, até renas ensopadas em alcatifa verde, há de tudo para supostamente criar uma magia que, deixem que vos diga, desaparece ofuscada por tantas luzes a piscar!
Menos, senhores, menos!
Este ano ainda não tive coragem para dar o grito da revolta e acabar de vez com este disparate.
Já fizemos a árvore, já fomos à aldeia de Natal gratuita, mas ainda não fiz uma única compra de Natal.
Não estou a stressar porque tenho mais em que pensar, mas pergunto-me quando é que isto dá a volta e voltamos todos à simplicidade dos Natais de antigamente.
(acho mesmo que já estivemos mais longe)
domingo, 1 de dezembro de 2019
Juro que não tem nada a ver com o facto de estar a viver uma das épocas mais difíceis da minha vida
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Livro 41/40
Perguntem a Sarah Gross, de João Pinto Coelho
Antes de mais, palmas para mim, que segundo o Goodreads este foi o 40º livro do ano (o do meu pai não está lá) pelo que quando o terminei tive direito a uma pequena celebração e tudo. Muito orgulho em mim e nesta resolução de ano novo bem sucedida.
Agora o livro.
Passa-se entre os Estados Unidos dos anos 60 e a Polónia desde os anos 20 até à II Guerra. Pelo tema, nunca diria que foi escrito por um português, mas foi. E que bem escrito que está!
A história prende, a forma como está contada também, e aquilo que mais me chamou a atenção foi o enorme respeito pela História. Não é contar por contar, houve investigação, há respeito pelo passado, há profundidade em cada detalhe neste romance que sendo ficção conta também a História do mundo no séc. XX.
Não consegui parar de ler.
Dei 5 estrelas e recomendo muito.
terça-feira, 26 de novembro de 2019
Coisas boas no meio das tempestades
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Anúncios de Natal
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Livro 40/40
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
E no entanto...
Passo nos jardins e palácios mais incríveis e as cores de Outono estão no auge. Passamos na rua e cheira a castanha assada. Retomo as caminhadas de madrugada com uma amiga, e vamos pondo a conversa em dia.
Chego a casa de noite e dou com os três de pijama a brincar no quarto do mais velho (sem ser aos moches). Conto-lhes uma história e adormecem na minha cama.
E cada vez mais sinto que é isto. A vida são estes pequenos momentos, estes instantes tão breves que é fácil passarem por nós sem darmos por ela.
Estejamos atentos e vivamos o presente. A vida é isso mesmo.
terça-feira, 5 de novembro de 2019
Silêncio
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Livro 39/40
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Livro 38/40
10 anos
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Mais uma vindima
E como sempre foi tão bom.
Nada substitui este contacto com a natureza, o cortar uvas numa vinha que esteve um ano inteiro a preparar-se para aquele momento. E saber que estes gestos têm séculos de história, repetidos geração após geração desde tempos imemoriais.
É um ritual de que já não prescindimos.
Além das uvas houve também uma mega colheita de amoras, e este ano estive também a apanhar tomate.
Os miúdos pisaram as uvas, carregaram baldes, esgravataram a terra, andaram de tractor, e até plantaram um pomar (entre outras aventuras...).
A grande diferença é que eles dão a vindima por garantida, e nós cada vez mais temos a sensação de que cada uma poderá ser a última.
E isso faz-nos apreciar o momento ainda mais.
Livro 37/40
Morte em Pleno Verão, de Yukio Mishima
A minha irmã (a tal que já leu uns 80 livros este ano) deu 5 estrelas e disse maravilhas deste livro, que são diversos contos que permitem um mergulho na cultura japonesa. Fiquei com muita curiosidade.
Trouxe-o da biblioteca, mas numa edição diferente, e em vez dos 10 contos vinham apenas 3 - é por isso um livro muito mais pequeno, e aqui fica desvendada mais esta pequena batota para o desafio dos 40 livros, desta vez completamente sem querer.
Gostei muito dos contos, apesar do primeiro (que dá título ao livro) me ter deixado muito desconfortável (porque estava de viagem e levava comigo só dois filhos, a mais nova já tinha seguido mais cedo com os avós). E pronto, ler este conto sem ter os meus filhos todos comigo foi muito desconcertante.
Dos outros dois (Patriotismo e Onnagata) não vos sei dizer de qual gostei mais, estão escritos com uma beleza e simplicidade tão características da cultura japonesa, ao mesmo tempo que são desconcertantes também porque há tanto que não compreendemos.
Dei 4 estrelas e vou com certeza ler a edição com os outros contos todos. Recomendo.
Livro 36/40
Correios, de Charles Bukowski
Mais um livro do Tê que está cá em casa há anos, mas em que eu nunca peguei porque pensava (mesmo!) que o título se referia aos correios de droga - aquelas pessoas, na maioria mulheres, que passam droga das mais variadas formas de um lado para o outro. Até que o Tê me disse que não, que era apenas e só sobre um homem que trabalha nos Correios. Enfim, ideias que formamos, sabe-se lá porquê.
Nunca tinha lido nada deste autor, mas já percebi que é uma referência.
Bom, eu tinha dito que queria mudar um pouco o registo de ambientes deprimentes, e lá nisso fui bem sucedida: é um livro que consegue ser mesmo muito divertido (de rir à gargalhada, mesmo!). Mas também é javardo. E sexista. E em cada 10 palavras há 3 palavrões.
É um excelente relato da sociedade americana dos anos 60 (e só porque foi escrito em 1970 é que lhe perdoamos o machismo e a badalhoquice). Foi escrito com base na sua experiência de 10 anos ao serviço dos Correios e mostra uma realidade laboral que desconhecemos, apesar de sabermos que existia, e ainda existe com certeza, se não na América, noutros países seguramente.
Dei 3 estrelas e recomendo a quem não seja ultra sensível.
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
Esta capacidade de nos fazer viajar no tempo...
... que só a música tem.
Sem aviso prévio, no carro a caminho da escola da mais nova e Bam! aos primeiros acordes estou na nossa casa no norte de Rotterdam. Vivemos os três, vamos de bicicleta para o trabalho, vemos séries no nosso sofá ao fim do dia, comemos falafel e turks pizza e kapsalon e vivemos por cima de um centro comercial. Ninguém tem filhos, a minha mãe está viva, a vida é simples.
(não consegui mesmo conter as lágrimas)
.
domingo, 29 de setembro de 2019
Aquela altura do ano
Em que a cada mergulho nos perguntamos: terá sido o último?
Começo a achar que ontem foi mesmo.
Para o ano há mais...
sábado, 28 de setembro de 2019
Livro 35/40
Três Mulheres Poderosas, de Marie NDiaye
Acho que há livros que vêm ter connosco em determinadas alturas. Às vezes estão ali não sei quanto tempo, e um dia pegamos neles e tudo faz sentido, parece que estavamos à espera do momento certo para o ler.
Ora, com este talvez tenha acontecido precisamente o contrário. É um bom livro, com três boas histórias cheias de ingredientes que fazem excelentes livros (histórias diferentes, personagens interessantes, alguma fantasia, realidades que sabemos que existem mas são distantes, e por aí fora), no entanto, não se fez o click cá dentro.
Gostei da primeira história, a segunda só a queria acabar (muito bem escrita, atenção, com uma tensão latente em cada página muito bem construída) e a terceira deixou-me assim meia indiferente. Acho que não foi o momento para apreciar a profundidade deste livro. Confesso que as tantas estou um bocado farta de ambientes deprimentes, preciso de mudar um bocado o registo.
Dei 3 estrelas e recomendo, porque acredito que é um bom livro que veio ter comigo na altura errada. (livro da biblioteca, já agora)
sábado, 21 de setembro de 2019
Livro 34/40
Lê - se muito rapidamente, são histórias soltas, algumas hilariantes.
Dei 4 estrelas e recomendo vivamente.
First world problems
Altura do ano em que perdemos o bronze não combina com toalhas de banho brancas.
sexta-feira, 20 de setembro de 2019
Livro 33/40
A Sarah Afonso foi uma artista pioneira da sua geração que trabalhou em diferentes suportes e se inspirava na cultura popular, mas que acabou por ficar para sempre associada ao seu casamento com Almada Negreiros (deixando mesmo a sua criação de lado por a achar inferior à do marido).
Numa altura em estava já em idade avançada a sua nora, achando piada às conversas que surgiam depois de almoço e as histórias que ela contava, começa a levar um pequeno gravador às escondidas, e faz o registo que depois é passado para livro.
O livro tem todo ele o tom de conversa, por vezes achamos que estamos mesmo ali à mesa a ouvi-la contar episódios engraçados, histórias verdadeiras, boatos, personalidades dos artistas do modernismo português. É um testemunho importantíssimo de um momento chave da nossa História, contado na primeira pessoa.
Já tinha lido muitas transcrições deste livro, que aparecem citadas aqui e ali, mas há ali muita informação nova que me vai ser útil nas minhas visitas.
Dei 4 estrelas e recomendo.
Cabeça em forma
Bom saber que ao fim de dois meses parada voltei a fazer visitas nos meus três palácios e sem me enganar.
Ele há coisas que é como andar de bicicleta.
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Coração em Maputo
Desde domingo que em Maputo está uma família que adoro (prima querida, marido e dois filhos, um deles meu afilhado!).
Foi uma notícia difícil de digerir, e as saudades são muitas, mas por agora vamos-nos divertindo com as suas peripécias de contraste com um novo país e cultura: o primeiro dia com 11 horas de voo e duas crianças e sem máquina de café (nem café por perto), a procura por coisas básicas, o primeiro dia de escola dos miúdos.
Hoje deu uma reportagem sobre Moçambique, e mostrei aos miúdos.
Amaram. Perguntei se ficavam chateados se o pai e a mãe fossem sozinhos. Ficaram indignados!
Vamos lá apertar o cinto e fazer um mega mealheiro!
Moçambique, aí iremos nós!
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Uma série de primeiras vezes - mais um novo ano lectivo
Na 2ª feira houve portanto várias primeiras vezes:
- o mais velho entrou numa nova escola no 5º ano - uma escola maior, que vai do 5º ao 9º ano. Estava nervoso (apesar de dizer que não se sentia nada nervoso). Estava mal disposto quando saímos de casa. Pior ficou quando viu o trânsito que estava nas redondezas da escola nova (que é paredes meias com o maior colégio da linha, e por isso o caos de trânsito naquela zona é normal, coisa que eu desconhecia, claro está). Lá estacionei um bocado longe, o Tê tinha visto o trânsito e resolveu esperar de mota para poder ficar com as miúdas no carro e eu lá fui com o mais velho até à escola. Estavam uns 200 miúdos e respectivos pais à porta, tudo a passar o cartão e a maior confusão. Ele cada vez mais mal disposto, ainda mais porque já passava da hora de entrada. Às tantas os nervos foram de tal ordem que vomitou (muito discretamente) e lá se começou a sentir melhor. E foi para a escola, que isto no primeiro dia não se pode faltar.
- a do meio ficou na mesma escola, com a mesma turma e professores. Costumamos sempre tirar foto à porta da escola, mas com a confusão anterior já eu estava a ficar sem tempo, parei à porta e ela saiu, como num dia normal, por isso pela primeira vez não tirou foto antes de entrar (já tinha tirado foto em casa, menos mal)
- a mais nova perante todo este stress, resolveu chorar quando finalmente a deixei na escola - e foi a primeira vez.
- antes de ir para o trabalho achei por bem passar outra vez na escola do mais velho (mais uma primeira vez!), para ver se o via pelo portão e confirmar que estava melhor (escola nova, sem conhecer os adultos, e ele sem telemóvel que é coisa rara hoje em dia). Senti-me muito mãe galinha e exagerada, mas só queria ver se ele não estava a vomitar sozinho a um canto. Claro que havia vários pais, ainda mais galinha do eu (uma mãe queria ver a filha porque ela estava muito sozinha - não vou comentar isto porque eu também lá estava, mas enfim). A senhora da portaria deixou-me entrar e vi-o a passar a correr, num jogo de apanhada com amigos novos e antigos.Na maior, portanto.
- sabendo de antemão que a do meio seria negligenciada nesse dia, porque para ela não houve mudanças, deixei pela primeira vez um bilhete fofinho na lancheira. No geral sou contra os bilhetes fofinhos porque me lembro que ficava com muitas saudades da minha mãe, mas achei que ela merecia, e ainda merecia mais depois de ser despachada às três pancadas.
- também pela primeira vez resolvi ligar para a escolinha da mais nova para saber se já tinha passado o drama, e claro que tinha.
Depois disto, fui trabalhar (como se fosse a primeira vez!).
Que canseira, tanta novidade
Livro 32/40
A vida em surdina, David Lodge
Houve uma altura da minha vida, há quase 20 anos talvez, por aí, em que fui viciada no David Lodge.
Comecei no Pensamentos Secretos (que adorei!) e fui por aí fora (assim de repente lembro-me de Um Almoço Nunca é de Graça, A Troca, O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo, Longe do Abrigo, Até Onde Se Pode Ir?) gostando de mais de uns que de outros, claro, mas ainda assim sempre boas experiências. Foram assim vários em catadupa num curto espaço de tempo e depois passou a febre.
Entretanto, quando estava na Holanda alguém me falou deste livro e eu na altura não tive vontade nenhuma de o ler. Ainda não tinha "desenjoado" da linguagem e ambiente (de faculdades de línguas quase sempre) deste autor.
Agora peguei neste, mais um emprestado pelo meu pai, que o aconselhou vivamente.
Confesso que já tinha saudades de tudo, da linguagem (às vezes com vários narradores, às vezes só com um mas nunca igual), do ambiente (quando não é universitário anda sempre lá perto - neste caso o narrador é um professor reformado) e principalmente do sentido de humor (que saudades!).
Não sendo aquele livro que apetece devorar, prende bastante, é interessante e fácil de ler apesar de haver uma certa tristeza/nostalgia que nos acompanha do início ao fim.
Dei 4 estrelas e recomendo.
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
A segunda vez
Muitas vezes é ao segundo dia de escola que as crianças choram - já acabou a novidade, já sabem ao que vão, por isso choram.
Ao segundo dia houve de facto um bocadinho de choro, sim, mas na hora de vir embora.
Sentada à mesa com os outros, quando lhe disse para virmos embora respondeu-me "não! Vai tu!"
Melhor-bebé-de-sempre (já tinha dito?)
terça-feira, 10 de setembro de 2019
A primeira vez
A primeira a "regressar" à escola foi a nossa baby 3.
Este ano vai para uma escolinha em regime part time. Brinca e tem atividades com meninos da sua idade de manhã, almoça e dorme a sesta em casa dos avós à tarde. Fica com o melhor dos dois mundos.
Na Holanda e noutros países é muito normal as crianças irem ao infantário em part time. O facto de terem com quem ficar não significa que não possam ter a experiência da escola, nem a escola tem de ser um depósito de crianças todo o dia quando não há necessidade. Investiguei e procurei nos infantários da zona e parecia que estava a perguntar uma coisa do outro mundo: ir só de manhã? Ir só três dias? Nada disso, só aceitavam as crianças em full time por causa do grupo, das rotinas, e coiso.
Afinal a solução estava na escola que me acolheu em 2014 quando decidi mudar de emprego (foi la que me entrevistaram para ir dar AEC para a escola pública da zona), que tem um grupo de brincadeira para crianças portuguesas e estrangeiras que pode ser só de manhã, só de tarde ou todo o dia, à medida da necessidade.
Um espaço acolhedor, um grupo de meninos pequeno, com uma equipa que já conheço e em quem confio plenamente, só podia correr bem.
Ela foi super entusiasmada, só me pediu colo para entrar, deixou-me vir embora 10 minutos depois e ficou na maior. Quando a fui buscar estava numa tenda com "as amigas", e não queria vir embora.
Eu sei que nós temos muita influência no estado de espírito deles - e eu não podia estar mais calma e confiante quando a deixei - mas não deixa de ser uma grande sorte esta filha tão querida que não dá problemas nenhuns.
Melhor bebé de sempre. Confere.
Aguardemos a sua reação amanhã, que já sabe ao que vai, mas estou muito positiva.
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
Post das férias
Por razões diferentes acabamos por passar as duas primeiras por cá. Foi a primeira vez, penso eu, mas acho que conseguimos re-criar um bocadinho das férias com um e o outro lado da família.
Fomos às praias aqui perto, e jantámos sempre fora de casa (aliás nem sei quando foi a última vez que jantámos em casa). Esteve vento e pouco calor primeiro, depois o verão lá se decidiu a aparecer.
Não houve muitos fins de dia na praia, mas os que houve foram fantásticos.
Houve jantares em restaurantes, cinema a dois, almoços fora também, reuniões de família e festas de anos a que normalmente faltamos.
Cá em casa tomámos o pequeno almoço na varanda todos os dias, e houve panquecas, sumo de laranja e nutella saudável muitas vezes (tudo feito por eles).
À noite houve jogatanas com os primos, cartas, jogos de tabuleiro e outros que se aprendem nos campos de férias.
No geral esteve-se mesmo muito bem, mas a verdade é que sair de casa também é preciso, mesmo que sejam poucos dias.
Assim, na ultima semana das férias fomos novamente acampar os 5 para a costa vicentina, sendo que apanhámos a melhor semana de sempre - tempo quente, água quente e tranquila. Foram 5 dias que souberam a 15.
Agora é acertar agulhas e começar a preparar o ano lectivo que aí vem.
Venha ele!
Livro 31/40
A Humilhação, Philip Roth
Eu que nunca tinha lido nada deste autor, este ano já vou no 3º. Foram três experiências completamente diferentes.
Este livro deixou-me desconcertada. Depois da apatia do livro anterior (e se calhar por causa dela) este veio mexer aqui com os sentidos e por-me a pensar em coisas diferentes.
Tenho uma opinião completamente ambígua em relação ao livro.
Se me perguntam se gostei, respondo que não.
Não gostei desta história, mas não consegui parar de ler (e não é um policial em que queremos saber quem é o assassino).
Mesmo não tendo gostado achei o livro arrebatador, controverso e provocador.
Surpreendeu, e por isso dei 4 estrelas.
Livro 30/40
Debaixo de algum céu, de Nuno Camarneiro
Estava cá em casa há que tempos, pensava que era do Tê mas afinal era do meu pai emprestado ao Tê. Nenhum dos dois foi muito efusivo em relação ao livro, mas eu resolvi ler na mesma.
E partilho o pouco entusiasmo.
Lê-se muito bem, e muito rapidamente, está bem escrito e com personagens bem construídas.
No entanto é um livro que não me acrescenta nada.
E principalmente, está cheio de lugares-comuns: a viúva sozinha com o gato, o pai de família que dorme com a secretária, o padre pouco católico, o renegado da sociedade com uma história triste, o puto esquisito, a adolescente irritante, a mãe recente a dar em doida. E tudo escrito numa prosa poética cheia de imagens que sendo bonitas, lhes falta a genialidade que temos noutros autores portugueses.
Dei 3 estrelas porque em nenhum momento o livro me ocorreu abandona-lo, mas não o vou recordar de certeza.
Livro 29/40
Eva, de Arturo Pérez-Reverte
Primeiro livro deste autor, e primeiro contacto com a personagem Lorenzo Falcó (que aparece noutro livro primeiro, mas de que este não é uma continuação).
Lê-se muito bem, leitura perfeita para as férias, descontraída.
Lorenzo Falcó é, basicamente, o James Bond espanhol durante a Guerra Civil de Espanha.
Temos tudo o que precisamos para uma receita de sucesso: perseguições espetaculares, suspense, assassinatos, cenas de porrada, sexo com mulherões, maridos ciumentos, amizades com o inimigo, formas mais ou menos ortodoxas de cumprir missões.
Foram 3 estrelas porque nos agarra, mas é tão previsível que percebemos logo onde é que a coisa vai dar.
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
Um post sobre cinema (para variar dos livros)
Ao fim de 6 anos (seis!) fomos outra vez ao cinema só os dois, ver o último do Tarantino Era uma vez em Hollywood.
Acho que já devo ter aqui referido que sou fã do Tarantino, e por isso a opinião nunca é totalmente imparcial.
Gostei muito do filme, apesar de achar que o ritmo às vezes é lento, e que é longo demais.
É genial como sempre, mas é um filme mais contido.
Papelão do Leonardo di Caprio, personagem tão interessante e profunda (adorei).
Gostei muito do Brad Pitt também, que continua giro nas horas, a envelhecer como o vinho do Porto (para quando um filme que apresente uma mulher da mesma forma, cada vez mais velha e mais gira?).
Recomendadíssimo.
Das férias (até agora)
Pequenos almoços na varanda.
Praias ao pé de casa.
Jantares quase sempre fora de casa.
Uma ida ao cinema os dois (que é tão rara que merece post à parte).
Muita leitura, alguns jogos de cartas, livros de passatempos e jogos de raquetes.
Manhãs passadas em casa sem pressa.
Livro 28/40
Que Importa a Fúria do Mar, de Ana Margarida de Carvalho
Vi que a Tella o leu agora nas férias, e também deu 5 estrelas, e descobri-o em casa do meu pai (que tem um caso sério de compulsão de compra de livros, e ainda bem que não se importa de os emprestar antes mesmo de os ler).
Lendo a crítica da Tella percebi logo que ia ser daqueles livros difíceis de começar, mas que era preciso insistir. No Goodreads há quem dê 5 estrelas e há muita gente que dá apenas 1 estrela, o que também espicaça a curiosidade.
É um livro magnífico, extremamente bem escrito, com duas histórias de vida paralelas, uma jornalista e um entrevistado. Tem imensas coisas de arrepiar tanto na vida de um como na do outro, e a escrita vai alternando entre os dois de uma forma que nos prende.
No entanto confesso que o facto de saber que tinha de insistir na leitura foi o que me motivou, porque ali os dois primeiros capítulos deixam-nos um bocado à deriva. Há também um vocabulário às vezes rocambolesco, e um uso quase exagerado de adjectivos.
Dito isto, está tão bem escrito que tenho a certeza que há ali pormenores de que não me vou esquecer.
É uma história muito bem construída.
Dei 4 estrelas, mas é um 4,5.
domingo, 25 de agosto de 2019
Livro 27/40
Escrito com base em três diários escritos pelo último aprendiz de Rembrandt, que o acompanhou mesmo no fim da sua vida e testemunhou a execução da sua última obra.
Dei 4 estrelas e recomendo.
domingo, 18 de agosto de 2019
Livro 26/40
A questão da identidade, do peso do nosso passado e da nossa herança, daquilo que somos afinal mal nascemos e ao qual não podemos fugir. A questão da guerra, e os efeitos que provoca em quem combate, em especial a guerra do Vietname com o choque que foi para aqueles combatentes regressar a casa. A questão racial de brancos e negros na América de ontem e de hoje também. A expectativa que os nossos pais depositam em nós, e até que ponto as nossas decisões são cruciais para a vida que os nossos filhos terão. O escândalo do Bill Clinton e da Mónica Lewinsky e o impacto que teve na comunicação social (até hoje eu consigo ouvir a voz dele no depoimento "I did not had sexual relations with that woman. Miss Lewinsky").
E podia continuar.
Este autor é duro e escreve as vezes de uma forma tão crua. Já tinha percebido isso com o Património, e confirmo.
domingo, 11 de agosto de 2019
Alegrias da maternidade
Demos início ao processo de desfralde.
Que a força e a paciência estejam comigo.
Se há fase que foi difícil para mim, é esta.
Os mais velhos foram ambos difíceis de desfraldar, por razões completamente diferentes, pelo que a experiência de um não serviu de nada para a outra. Fiquei traumatizada.
Agora sinto que vai ser mais fácil, só porque ela é o bebé mais fácil da História em tudo o resto, não me vai desiludir com isto (espero!).
Brincadeirinha, não espero coisa nenhuma e não tenho expectativas - isso sim, aprendi por experiência própria.
Expectativas zero, e tudo corre bem.
Na volta ela nem é um bebé assim tão fácil, eu é que já sou uma croma na gestão da expectativa.
Desejem-nos sorte de qualquer modo, vamos precisar.
Quem já tem saudades....
... de ver as redes sociais inundadas com fotografias de termómetros do carro acima dos 40 graus?
Eu juro que tenho.
Diz para a semana saímos dos 23 graus.
Vai ser a loucura!
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
Livro 25/40
Que grande xaropada.
O bem, o mal, Deus e o diabo, e ainda vampiros à mistura. Nada apaixonante, como promete a capa.
Vale pela história de Barcelona desde a Idade Média à actualidade, que terá com certeza mais interesse para quem conhece bem a cidade, mas acaba por ser giro mesmo para quem não conhece.
Aquilo que deveria ser o contexto e descrição é o que vale a pena no livro, a trama principal não interessa para nada.
Não recomendo.
Dei 2 estrelas.
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Mais um feedback
Desta vez as unhas de gelinho.
Ao fim de dois meses a usar (mudando a cor a cada duas semanas) comecei a notar que o verniz aguentava cada vez menos tempo.
Até que uma vez depois dela me tirar o verniz olhei para as minhas ricas unhas e percebi que estavam feitas num 8. Todas lascadas e fracas, e eu nem as reconhecia. Decidi deixar de fazer.
Andei semanas com as unhas horríveis até crescerem um bocado.
Voltei a fazer ao fim de um mês para ir ao casamento, mas decidi fazer só dessa vez. Claro que não ficaram tão mal como da outra vez, mas ainda assim estão enfraquecidas.
Como tudo na vida, uma vez de vez em quando não faz mal com certeza, mas não assim tantas de seguida.
Fica para as ocasiões especiais.
Fim de semana sem filhos
São o melhor do nosso mundo, oh se são.
Fazem-nos uma falta danada, e fazem mesmo. Quase morremos de saudades.
E no entanto, o bem que nos sabe (e o bem que nos faz!) um fim de semana sem filhos?
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
Meu querido mês de Agosto
Tem sido um ano em que temos levado pancada, parece que nem podemos respirar de alívio que já um novo sufoco nos espera.
No entanto tem também sido um ano de esperança (muita) de que vai correr tudo bem, e em que sabemos mesmo aproveitar as oportunidades que surgem.
Quando decidi não trabalhar (ou quase) em Agosto imaginei um mês a viver devagar. Querem as circunstâncias que este mês seja pautado por consultas e idas ao hospital, e um acompanhamento diário ao meu pai (que não pode ficar muitas horas sozinho).
Agosto começou e hoje fui à praia com os três (e que bom que estava). Encontramos os primos, nadaram, brincaram, fizeram body board e jogaram as cartas. O meu pai meteu-se no carro e foi ao shopping sozinho, pela primeira vez em meses, e depois veio cá a casa (que também não vinha há meses). A mais nova dormiu uma sesta valente. Joguei as cartas e ao uno com os mais velhos. Fomos ao parque e desenhamos o chão com giz. Vimos um filme e comemos pipocas.
Não sei o que vai acontecer amanhã, mas o dia de hoje já não nos tiram.
Foi um dia com sabor a um mês inteiro.
Feliz Agosto, malta!
quarta-feira, 31 de julho de 2019
Parabéns, mãe!
Uma coisa em que sou mesmo parecida com a minha mãe, e nunca tinha reparado: a relação com o dia dos anos.
Não adorando fazer anos, é para ser um dia especial e não ser tratado como outro dia qualquer - é para ir passear, almoçar fora, comer o que apetece num sitio bonito, com os mais chegados.
Grandes festas e jantaradas, e uma multidão a cantar os parabéns é muito giro, mas para os outros.
Parabéns querida mãe!
31 do 7 é sempre dia de festa (à nossa maneira).
terça-feira, 30 de julho de 2019
Livro 24/40
Uma pintura de Caravaggio que se sabe que existe mas de que se perdeu o paradeiro.
Com base num caso verídico, deambulamos num mundo que não deixa de ser o meu: historiadores, investigadores, bibliotecas e arquivos, documentos poeirentos em caves bafientas, picardias entre departamentos da mesma universidade, colóquios, conversas e artigos escritos em revistas da especialidade, restauros bem e mal sucedidos, pistas que não deram em nada e ainda mistérios por resolver. Pelo meio vamos reconstruindo a vida intensa e errática deste pintor tão genial.
Completamente a minha praia, dei 4 estrelas (só porque apenas dou 5 àqueles livros que não consigo parar de ler). Não faço ideia se tem assim tanto interesse a quem não seja de História da Arte.
Tive na minha vida oportunidade de ver duas grandes exposições de Caravaggio, que me marcaram profundamente.
Uma foi em Madrid em 1999, na minha primeira viagem com colegas de faculdade (e professores), em que aprendemos mais do que em meses de aulas. Era uma exposição retrospectiva, com as suas obras mais conhecidas (muitas delas recordei no livro), que muito me maravilhou. O meu orçamento não me permitiu comprar o catálogo na altura, com muita pena minha.
A outra foi em 2006 em Amsterdam, para celebrar os 400 anos do nascimento do Rembrandt fizeram a exposição Rembrandt Caravaggio, em que iam contrapondo quadros com o mesmo tema ora de um ora de outro artista. Vi esta exposição apenas uma vez (apesar de lá ter estado à espera de amigos outras vezes), mas lá está, estava ainda desempregada na altura, não tinha orçamento para ir as vezes que queria (a entrada era 25€ ) nem para comprar o catálogo. Mas fiquei maravilhada com a exposição, adorei tudo. Lembro-me que tinha um ambiente muito escuro e sombrio, só com os quadros iluminados. Também me lembro de sentir inveja de ver guias a fazer visitas a grupos (na altura tinha deixado de fazer visitas num museu importante para ir para a Holanda). Sou muito mais Rembrandt do que Caravaggio, mas são ambos mestres que muito admiro, e vê-los assim juntos foi muito emocionante.
Este livro fez-me voltar atrás, a esses momentos únicos em que estive em contacto directo com as obras de arte. Não há nada que o substitua. Mesmo.
segunda-feira, 29 de julho de 2019
Sobrevivemos às férias
E sem percalços de maior, o que por si só é logo meio caminho andado.
No único fim de semana que tínhamos ido passar com amigos tivemos um mega susto a meio da viagem (que resultou em mais uma operação do meu pai, e and a outra que ainda falta fazer).
Portanto a meu ver ir de férias 4 dias e regressar sem episódios já é um sucesso.
A experiência de acampar a 5 correu muito bem. Temos algumas arestas a limar, mas no geral o saldo é positivo.
No fim não estava mortinha por voltar para casa, como achei que estivesse.
Fomos ao slide and splash (e eu diverti-me tanto quanto eles), fomos à praia, apanhamos chuva, jogamos as cartas e ao uno, fizemos desenhos. Confirmamos que a mais nova é provavelmente o bebé menos aquático do mundo, e que os mais velhos precisam de ajuda para se entenderem melhor (estavam num ponto em que não partilhavam nada e não faziam nada juntos). É uma coisa em que estamos a trabalhar.
Também confirmamos que estes dias só os 5 são essenciais para nós enquanto família.
Em Agosto há mais.
Agora, para mim, é tempo de me dedicar a eles e ao meu pai que neste momento precisa tanto como eles.
Que seja um verão suave e tranquilo para todos.
Feedback de cenas que experimentei:
1) desodorizante de pedra de alumen
Correu tudo muito bem até ao início de Maio. Um dia numa festa de anos dei por mim e não podia levantar os braços (sensação embaraçosamente familiar, infelizmente, mas há anos que não passava por isso). Decidi por em pausa e retomar o Keops, até ao próximo Outono.
2) copo menstrual
Recomendado por uma amiga que ficou a maior fã, vendeu a coisa como sendo a oitava maravilha, usa de dia e de noite sem gastar mais um tostão em pensos e tampões. A expectativa era alta. E quanto mais alto se sobe, maior é a desilusão. Não achei nada uma cena fantástica. É fácil de pôr mas não tão fácil de tirar, já tive acidentes e não me sinto muito confiante a usar fora de casa. Talvez de futuro me habitue mas por agora o feedback é só médio.
terça-feira, 23 de julho de 2019
Fim de semana au chateau
Assim começam as nossas (muito merecidas) férias: literalmente à grande e à francesa, num encontro familiar/casamento de três dias num castelo em Bordéus.
Foi tudo tão bom que parece um sonho. O sítio maravilhoso, as pessoas, o tempo fantástico que apanhámos, foi tudo perfeito (e tão divertido!).
As férias continuam agora, atipicamente, com uma primeira experiência de acampar a 5.
Vamos ver como corre.
Este ano aliás, todas as férias têm sido atípicas. Desde a época (nunca tiramos férias em Julho, mas sim em Junho e Agosto), à ausência de planos (tanto para esta semana como para as férias grandes em Agosto estamos sem nada marcado), à não ida ao Algarve (que a confirmar será a primeira vez em muitos anos).
Já tenho a app do Blogger instalada, pode ser que apareça alguma coisa por aqui...
Se não, até ao meu regresso!
Livro 23/40
O Estrangulador de Cater Street de Anne Perry
Assegura o entretenimento, mas não é grande coisa.
Falha enquanto livro policial, até porque eu desconfiei logo do assassino (só as razões me escaparam), mas é um bom livro de costumes - é um bom retrato da sociedade inglesa do século XIX: a moda, as rotinas, o papel da mulher, os diferentes estratos sociais.
Fica a faltar o suspense de um bom policial, mas lê-se bem.
terça-feira, 16 de julho de 2019
O ano lectivo 18/19 revisto
Para que a memória não falhe.
O mais velho no 4o ano, a do meio no 2o e a mais nova nos avós.
As actividades extra curriculares (Futsal e patinagem) aconteceram aos mesmos dias (a patinagem foi escolhida em função do horário do Futsal, sejamos sinceros) e quase à mesma hora - com a ajuda imprescindível dos avós. Ajudou bastante. Tambem ajudou o facto de serem à 3a e 5a, deixando a 2a feira livre.
Eles deixaram de levar almoço, o que parecendo que não é uma ajuda enorme. Fazer marmita e termos envolve tempo e principalmente energia mental. Nunca pensei que fizesse tanta diferença.
Começamos o ano logo com o Henrique de braço partido a complicar a rotina, pelo que quando ele ficou bom as coisas melhoraram bastante.
Começamos muito disciplinados, mas rapidamente os fins de semana se descontrolaram com programas que não interessam a ninguém... Os torneios e campeonato de Futsal tiram muito tempo, mas cozinhar para a semana, fazer compras e tratar da roupa também. Mais um leva e traz de festa de anos e puf, é domingo à noite sem nos apercebermos. Juro que tentamos sempre fazer qualquer coisa que nos desse prazer, mas nem sempre foi possível (e é uma pena).
O ano também começou com uma grande disciplina matinal, mas foram muitos os dias em que chegamos atrasados à escola, coisa que detesto. Sou uma falsa pontual, admito, que só sou rigorosa nas horas de trabalho (socialmente sou das que se atrasam sempre). Atribuo isso a anos e anos a chegar atrasada ao colégio (sem que isso fosse um problema para o meu pai, que era quem nos levava). Aqueles 10 a 15 minutos da praxe, a que todos nós habituámos, levaram anos a sair-me de debaixo da pele mas lá acabei por ficar a detestar atrasar-se para as minhas obrigações, levar miúdos à escola incluido. Para o ano os horários serão diferentes, vamos ver como corre.
Passamos algumas responsabilidades da casa para eles, por exemplo tirar a máquina da loiça, que é coisa que muito nos ajuda. Foi um drama, e ainda é, raio dos putos não são nada amigos das tarefas domésticas. Têm bem a quem sair, infelizmente.
Apesar das listas e horários afixados muitas vezes saímos de casa com coisas por fazer, e sim, aconteceu ir levar material ao mais velho a meio do dia.
A escola mudou as actividades AEC promovendo o brincar livre e atividades menos estruturadas, o que foi uma mais valia para eles.
Em relação ao estudo acabei por ter de os ajudar muitas vezes, mas até agora ainda não fiz aquilo que disse que "nunca" faria - alterar a minha vida por causa do estudo. Até agora não foi preciso, eles são bons alunos, ricos meninos, mesmo sem estudar têm óptimas notas. Vamos ver o que nos traz o 5o ano do mais velho.
Foi um ano lectivo pautado por vários internamentos do meu pai, com o devido reflexo da minha ausência na rotina deles, mas a vida é assim mesmo, e com ajuda tudo se consegue.
No geral, temos muitas arestas a limar, mas desconfio que se o próximo ano lectivo for igual a este, vai ser óptimo de certeza.
Praticar o viver devagar
Estou muito contente com a minha decisão de ser (mais) minimalista.
Tenho pouca roupa (eu), os miúdos têm a suficiente (não muito porque não chegou para duas semanas de férias sem lavar, mas pronto), os brinquedos foram reduzidos.
Com muitas saudades do verão que pareceu não ter fim, e seguindo a linha que tenho tentado seguir nos últimos tempos (reduzir, simplificar, desacelerar) resolvi este ano não marcar trabalho no mês de Agosto.
Em vez das habituais duas semanas, vou estar 4 ou 5 (com apenas duas ou três manhãs ocupadas) totalmente disponível para eles. Para acordar devagar, para não fazer nada, para irmos à praia ou não, para andar de bicicleta e patins pelo bairro, para fazer pinturas, e slime, e colagens e tudo mias que eles queiram (com travão nos ecrãs, que é o que eles mais querem!).
Não há planos (aliás, este ano quase não há planos para férias nenhumas!), o plano é ter aquilo que não tenho durante o ano e que nenhum dinheiro pode comprar: tempo.
Ao não trabalhar não recebo, mas considero um investimento.
Vai haver verões em que eles não vão parar em casa, e nesses logo trabalho.
Tentar proporcionar um bocadinho dos verões da minha primeira infância - infinitos, preguiçosos, sem horários nem esquemas demasiado rígidos.
O dia em que todos envelhecemos
Ontem pelo meio da tarde começam a surgir fotografias no whastapp da família, com a minha irmã e sobrinhos com uns valentes anos em cima. Rapidamente a outra irmã faz o mesmo, e ficamos parvos com a qualidade das imagens, o realismo, e as parecenças com diferentes pessoas da família, a nossa mãe, a avó paterna, uma tia avó.
Noutro grupo uma amiga manda foto do seu marido nas mesmas figuras, e pronto, percebi que devia ser viral nas redes sociais.
Quanto o Tê chegou a casa claro que experimentou ele, a do meio, até a mais nova foi envelhecida numa foto amorosa a comer um gelado.
Não achei graça nenhuma a nada daquilo.
A ver as minhas irmãs com mais idade do que alguma vez a minha mãe teve, os sobrinhos sem cara de miúdos, detestei ver as minhas filhas com a cara que provavelmente nunca verei.
Disse logo que não queria fazer a mim mesma. E não queria mesmo.
Claro que não passou muito até tanto uma irmã como uma amiga pegarem em fotos minhas e adicionarem os anos, rugas, cabelos brancos e tudo o que o raio da app faz (brilhantemente, por sinal).
Vi, ri e apaguei as imagens.
Sempre achei que estava a lidar bem com o envelhecimento, com as marcas do tempo no meu corpo e no meu rosto. Digo e afirmo que não queria que o tempo voltasse atrás, que olho para as fotografias antigas e acho que estou muito melhor agora.
Freud haverá de explicar, mas tudo aquilo me fez confusão: as rugas vincadas, as peles caídas, o olhar tristonho, até os dentes escurecidos. Éramos velhos sem alma naquelas fotografias.
No fundo, o síndrome de Peter Pan, que deu nome a este blog, ainda não desapareceu.
quinta-feira, 11 de julho de 2019
Friends
Não vi a série na altura devida porque a Sic resolveu transmitir os Friends dobrados em português. Sim, dobrados, com vozes por cima, sem legendas.
Ainda me lembro do episódio que vi, na altura, e não consegui mesmo.
Rapidamente a Sic resolveu o erro e começou a usar legendas, mas eu já tinha perdido o fio à meada, e nos 20 anos seguintes vi apenas um ou outro episódio.
Agora que voltou a dar no Fox Comedy resolvi ver pela primeira vez, e gostei imenso.
Está com piada, bem pensada e escrita, e gostei especialmente de ver a evolução das personagens e do mundo à sua volta (o aparecimento da internet, dos beeps, do telemóvel).
E surpreendeu-me a quantidade de piadas que são recuperadas depois noutras séries, principalmente no How I met your mother, mas também Modern family (ideias que aparecem alinhavadas no Friends e que se vê que foram recuperadas/adaptadas/roubadas por outras séries).
E no fim só penso que ainda bem que tive a oportunidade, quando andava pela casa dos 20, de viver com amigos. É uma experiência única, de que guardo tantas boas recordações.
Só não foi em Nova Iorque (e que pena que eu tenho!), mas foi em Santiago e em Amsterdam.
Nada mau.
Livro 22/40
Primeiro livro deste autor, de quem tenho pelo menos um ou dois livros na lista "To read" do Goodreads.
Não adorei.
Está bem escrito, tem uma parte com muita, muita piada, toda a ideia é original, e acaba também de forma original.
No entanto, parece que o autor quis fazer um tratado de filosofia, tecer considerações sobre o sentido da vida através das suas personagens, pelo que o livro é todo ele à base disso mesmo: considerações e opiniões sobre isto e aquilo, e muitas páginas (muitas delas interessantes, atenção) mas em que nada acontece. Não é um livro que tenhamos aquela urgência de continuar a ler.
Ainda assim, é giro qb (e não muito grande), pelo que recomendo.
Dei 3 estrelas.
quarta-feira, 10 de julho de 2019
Depois da tempestade...
E depois de outra tempestade, outra bonança, certo?
Pode vir , por cá estamos a precisar.
Ter um pai doente é difícil.
Ter um pai que vive sozinho e é super independente doente, quando temos filhos pequenos e estamos com muito trabalho, é muito difícil mesmo.
Haja energia, porque sabemos que vai passar.
Ficamos é sempre na dúvida se desta é que é, ou se ainda vai haver uma próxima.
(só para terem uma ideia, desde Novembro de 2017 esteve internado 7 vezes. Falta pelo menos mais uma operação, daqui a um mês. Esperemos que seja desta que a coisa endireita de vez. Foram mais de 70 anos sem apanhar uma gripe sequer, mas agora vem tudo ao mesmo tempo!)
segunda-feira, 8 de julho de 2019
Portátil
Livro 21/40
Foi uma amiga brasileira que me emprestou.
Foi escrito já há algum tempo (é de 2007), mas penso que continua bastante actual - tirando o primeiro parágrafo em que descreve o Museu do Rio de Janeiro, situado no antigo palácio usado por D.João VI, que ardeu no ano passado.
É um livro essencial. É um livro de História, mas escrito de forma leve e acessível, com capítulos pequenos e temáticos. Ajuda imenso a compreender a História do Brasil, e o porquê das coisas serem como são - a pobreza, a criminalidade, a violência nas ruas, o sentido de humor, a boa disposição, estava tudo lá já em 1808.
No entanto ficamos com um certo amargo na boca: os portugueses não saem bem nesta fotografia. Nem poderiam.
Recomendadíssimo.
domingo, 23 de junho de 2019
Festa da escola
E saiu em beleza, com um papel importante na peça da turma, e com oportunidade para cantar esta canção (sozinho, à capela, perante uma plateia cheia de gente).
O meu menino tímido, que há tão pouco tempo chorava nas festas do infantário (e tinha de vir para o meu colo para que os outros não chorassem também), está um verdadeiro animal de palco. E não nos disse nada de nada, não demonstrou nervosismo, não o vi sequer a treinar.
É (só) um poema do Luís de Camões, com música do Zeca Afonso.
Acabei lavada em lágrimas, claro.
Fim de semana romântico (ou não)
Os miúdos foram logo dormir fora na sexta, para podermos acordar no sábado logo em mood fim de semana fora.
Pois que a virose de que a mais nova ainda não se tinha livrado re-atacou o mais velho, que passou a noite a chamar o gregório em casa da tia (ninguém merece, coitada!).
Um filho com virose até se deixa para trás, mas dois a vomitar já começa a ser abuso.
Hotel cancelado e o fim de semana foi passado de molho mesmo.
(há-de estar quase a passar, certo?)
quarta-feira, 19 de junho de 2019
Notas soltas
- semana de viroses cá por casa, houve cenas para limpar um pouco por todo o lado, capa de sofá, tapetes vários, cama, não de um nem de dois mas dos três filhos cá de casa (um de cada vez). A mais nova ainda não está a 100%, pelo que ainda não respiramos de alívio.
- ando com cada vez menos paciência para cozinhar. Não tenho de todo. Mesmo.
- o meu pai anda cada vez mais independente mas muito dependente ainda. Uma pessoa habitua-se a ter um pai que faz tudo (mas tudo mesmo) em casa, e depois estranha vê-lo sem fazer. Dio isto, da parte do médico só vieram boas notícias, por isso está tudo bem (o resto aguenta-se tudo!)
- neste momento trabalho em sítios que têm gente alternadamente: num sítio é mais escolas, pelo que durante o ano lectivo não tenho mãos a medir, no outro é mais turistas, pelo que quando a escola acaba o trabalho intensifica-se noutro lado. Chego a esta altura do ano completamente KO
- percebo que estou crescida quando chego a esta altura do ano, quase no verão, e quase (quase!) agradeço que não esteja bom tempo no fim de semana, para poder fazer tudo aquilo que tenho para fazer. É triste, mas é verdade.
- tenho um telemóvel novo e preciso urgentemente de começar a usar o blogger por lá. Continuo a ter, como há 10 anos, mil ideias de posts ao longo do dia, e claro, quando chego ao portátil não me lembro nem de metade.
- o portátil está que nem se aguenta, mas eu nem quero falar nisso. Já lhe decretei o óbito e ele ressuscitou, por isso tenho fé que a saúde esteja para ficar, mas nunca fiando.
Reta da meta
E a brincar a brincar, o mais velho termina o 1º ciclo.
Seguem-se os dias de férias e daqui a nada, puf, começa tudo outra vez.
segunda-feira, 17 de junho de 2019
Livro 20/40
Ofereci este livro à minha mãe em 2004, e desde essa altura o chá de rooibos - que a personagem principal está sempre a beber - passou a ser o seu preferido.
Parte afectiva à parte, o livro conta uma história engraçada, está bem escrito e lê-se num ai.
Recomendo.
segunda-feira, 10 de junho de 2019
Livro 19/19
Mais uma vez aquela questão da gestão de expectativas.
É o livro sensação do momento, pelo menos no círculo (literário) em que me movo - as amigas do Goodreads, os blogues de malta que lê, clubes de leitura em que não participo mas conheço quem o faça - anda tudo doido com a Eliete.
Tanto é o entusiasmo que fui perguntar por ele na biblioteca, e ainda não o tinham - o livro é mesmo muito recente, foi lançado em Novembro passado - e como não tinham acabei por ler o Tudo são Histórias de Amor, da mesma autora, que adorei.
Os ingredientes estavam todos lá para eu dar 5 estrelas a este livro. Mas dei só 4.
Adorei de facto a 1ª metade, mas gostei menos da 2ª. E fiquei sempre naquela de ver se a 1ª parte voltava, mas não voltou.
Não se deixem enganar, o livro está soberbamente bem escrito, esta autora é mesmo imperdível, só que em comparação com o anterior e com tanta crítica positiva, esperava mais.
No entanto é um livro maravilhoso, ainda mais porque a Eliete, além de ser apenas uns meses mais nova que a minha irmã, viveu aqui na zona de Cascais toda a vida, e andou pelos mesmos espaços que eu exactamente: a Rua Direita, o paredão, o Tchipepa, o Oxford, até (caramba!) a fábrica de bolos que abria clandestinamente ao sábado à noite para vender bolos, onde acabaram as minhas noitadas invariavelmente durante anos, até ao dia em que com apenas duas ou três pessoas na fila à minha frente a polícia apareceu e nunca mais houve venda de bolos clandestina para ninguém.
A Dulce Maria Cardoso descreve espaços e situações como ninguém, desde as do passado às mais recentes, e é sem dúvida uma autora que vou continuar a ler.
Apesar de não dar 5 estrelas (que dei ao Tudo são Histórias de Amor) porque de facto o livro a certa altura perdeu um bocado o encanto, recomendo.
quinta-feira, 6 de junho de 2019
Actualização do desafio de leitura
Resolvi estabelecer o limite nos 40.
Diz a app que é só 1 livro por semana até ao fim do ano.
Vamos embora.
domingo, 2 de junho de 2019
Livro 17/19
Um enorme e profundo bocejo ao longo de 500 páginas.
Não gostei nada do Adeus às Armas, mas resolvi dar uma 2ª oportunidade ao Hemingway, caramba, um autor tão conceituado, que viveu e escreveu sobre uma época que eu adoro (1ª metade do s. XX), com tanta coisa para eu gostar. Só que não.
No Adeus às Armas critiquei a superficialidade das personagens, nada profundas, com atitudes que eu sinceramente não percebi.
Neste as personagens têm profundidade, e são interessantes, e esta é uma história importantíssima de contar - o lado da resistência na guerra civil espanhola, com aquele ambiente de guerrilha e clandestinidade na vida das montanhas (os grupos, os líderes, as personagens típicas, a relação entre vida e morte, a importância das missões). Tudo coisas importantes e interessantes, mas que ele descreve de forma tão monótona, que perde a piada.
Foi um esforço e um desafio conseguir terminar, dei por mim a não me apetecer pegar no livro, à séria.
Não pretendo ler mais nada deste autor tão cedo. Talvez nunca mais, mesmo.
Livro 18/19 (o mais especial de todos)
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Depois da tempestade, a bonança*
Os dias no hospital já ficaram para trás, ou assim o esperamos. Isto para quem viveu mais de 70 anos sem uma gripe, para quem nunca na vida tinha sido internado, digamos que tem sido dose...
De tal modo que já conheço, à séria, alguns administrativos e enfermeiros do hospital (e alguns já me conhecem a mim). Os do hospital de dia cirúrgico, o da consulta externa, os da recepção principal, os do internamento também. Tudo malta 5 estrelas, mas a quem passo ter de encontrar mais vezes.
Às tantas já se perde a coragem de andar por ali outra vez. Já nem aguento o cheiro.
Tiro o chapéu e faço a vénia a todos eles, que trabalham ali todo o santo dia, a tratar pessoas que muitas vezes estão ali tão contrariadas.
É que é mesmo um alívio voltar para casa.
* a casa onde o meu pai viveu durante quase toda a vida chama-se N. Sra da Bonança, e havia na altura uma capela com essa imagem, que hoje está em casa do meu pai. À entrada em casa, depois de vir do hospital, fez questão de a cumprimentar como deve ser. Depois da tempestade no hospital, lá estava ela à sua espera em casa, a anunciar tranquilidade.
quarta-feira, 22 de maio de 2019
terça-feira, 21 de maio de 2019
Percebes que andas a mil quando...
- deixas a chave de casa e carro dentro do carro, no dia em que o mais velho tem visita de estudo e não se pode mesmo atrasar
- vais ao Ikea e compras não um mas dois itens errados - um resguardo da medida errada, e um lençol todo ele errado
- deixas cair um ovo no chão da cozinha
- 5 minutos depois deixas cair um frasco de canela que se desfaz em mil pedaços
- 2 minutos depois deixas cair uma embalagem de amaciador da roupa (que não se despedaça, menos mal)
- pegas no carro para ir para o trabalho e quando dás por ela estás a caminho do hospital (e aqui, quem sabe, é mesmo onde está o cerne da questão)
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Dia estranho
quinta-feira, 9 de maio de 2019
Livro 16/19
O mais difícil de ler até agora. Talvez até de toda a vida.
Uma história verdadeira em que o autor conta como, 7 anos após a morte da sua mãe, tem de lidar com o cancro do seu pai. Qualquer semelhança com a minha realidade é pura coincidência...
Foi como esfregar sal na ferida página a página, neste dia a dia de quem acompanha a doença e o envelhecimento dos pais a par e passo. As idas ao hospital, os diagnósticos, as decisões, a inversão dos papéis entre pais e filhos, a degradação da condição humana, ver uma pessoa deixar de ser quem é aos bocadinhos, mais tudo aquilo que temos de fazer (e fazemos, claro!) mas que preferíamos não ter de fazer nunca.
Muitas vezes deixou mesmo de me apetecer ler, mas insisti porque o meu pai (que comprou o livro em Dezembro, sem saber que estava doente) o leu e o deu à minha irmã (que veio cuidar dele depois da operação) para que o lesse. Depois da irmã mais velha, leu a irmã do meio, e eu, claro, não podia passar ao lado desta passagem de testemunho.
Em muitas coisas a realidade do autor é diferente da minha, mas ao mesmo tempo muitas vezes pensei "é tão isto!". O autor consegue por em palavras aquilo que nós, que passámos por ela, sentimos.
E como em tantas outras coisas, só passando por ela se compreende.
Só não sei é se vos recomende, ou não.
Regresso a casa
Nunca gostei de como ficou, mas lá está, primeiro nem liguei, depois esqueci-me, mas à medida que fomos melhorando outras coisas cá em casa (pintar as portas de branco primeiro e reformular a sala depois) cada vez mais o hall me chamava a atenção pelas piores razões. Sem dúvida, um excelente investimento.
Falta ainda muita coisa, mas falta principalmente tempo para nos podermos dedicar a isto (arrumações, organizações, compra e respectiva montagem de móveis). Mas sinto que estou mais perto de ter esta casa a meu gosto do que alguma vez estive.
Já não era sem tempo!
sexta-feira, 3 de maio de 2019
Livro 15/19
Foi considerado o melhor romance do séc. XX. Não sei se é justo ou não, porque não li todos os romances escritos no séc. XX, mas que é uma obra prima, não há qualquer dúvida.
Um retrato perfeito da sociedade americana dos anos 30, vista pelos olhos de uma menina de 8 ou 9 anos. Mais uma vez um livro sobre racismo - tem sido uma tendência este ano, um bocado por acaso, mas é sempre uma questão interessante esta diferença entre o nós e os outros, vista de várias perspectivas.
Está escrito de forma diferente, inocente e engraçada. É um livro de recomendo vivamente.
Dou 5 estrelas.
Obras - dia 5
Que grande alívio, foi afinal uma semana em vez de duas. O tempo esteve do nosso lado e contribuiu para a secagem, que era o que podia demorar mais.
Também deve ser manobra de marketing do mestre de obras, já que a referência que tínhamos era essa mesma: que era despachado e acabava antes do previsto.
Tudo impecável, nada a apontar.
Estou para lá de contente!
terça-feira, 30 de abril de 2019
Obras dia 1
- os senhores parecem ser muito despachados, e deram previsão de duas semanas mas nós estamos com muita esperança que demorem menos. Que obra é que demora menos que o previsto? Nenhuma. Excepto a obra do vizinho de cima dos meus sogros, que foi quem nos recomendou estes senhores. A esperança mantém-se.
- já percebi que nos esquecemos de diversas coisas, que agora vai ser o cabo dos trabalhos para conseguir trazer: os patins da do meio, as lancheiras dos crescidos (as dos miúdos vieram, menos mal), casacos para todos (viemos embora num dia de imenso calor e os casacos ficaram esquecidos), entre outras coisas. Lá teremos de andar à procura das coisas debaixo dos plásticos.
- quase 9 anos depois voltámos à tal loja de tintas aqui da zona (ver link no post anterior) para ir buscar a referência de uma cor (do nosso quarto). Desta vez não vamos arriscar, vai tudo branquinho básico, só o nosso quarto fica com a cor que tinha (que eu adoro ainda hoje).
- estamos agora naquela fase que outras pessoas acham divertida (nós nem por isso) - escolher as coisas novas, e decidir onde ficam as antigas. Ainda só no plano teórico.
- depois de stressar bastante com as arrumações, agora até estamos entusiasmados! Finalmente vamos ter uma casa mais próxima do que gostamos! Ficam a faltar as janelas e o chão, para os quais não há orçamento, e eventualmente uma reforma geral na cozinha (que na altura foi arranjada "temporariamente"). Fica para realizar na próxima década.
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Emília - Palco 13
May the force be with us
Inspira, expira.
Já destralhámos (muito!), já mudámos coisas de sítio e em breve não nos vamos conseguir mexer.
Na 2ª feira vem cá um senhor e vamos finalmente ficar com um hall sem azulejos foleiros e pintado como de facto gostamos e não como acabou por ficar à custa de muito desespero (há quase 9 anos atrás! ver aqui, aqui e aqui). O provisório, nesta casa, pode durar uma década, está visto...
Vamos também deixar oficialmente de ter um escritório - paz à sua alma, não pretendo trabalhar a partir de casa JAMAIS na minha vida - e vamos ter três quartos, um para o rapaz, um para as meninas e outro para nós, pois claro.
Seguem-se dias intensos, com a casa virada de pantanas (e nós hospedados em casa dos avós) e ainda temos muito trabalho pela frente, mas mal posso esperar para ter tudo pronto!
Que a força e a capacidade de organização da Marie Kondo estejam connosco!
segunda-feira, 22 de abril de 2019
Livro 14/19
Este não deveria contar para os livros do ano, mas como pretendo chegar ao fim e ainda duplicar o desafio dos 19 livros, vamos embora contabilizar este também.
Descobri este autor, de que nunca tinha lido nada (vergonha vergonha!) apesar de já ter ouvido falar, claro, na busca por livros "não femininos" para a minha filha do meio.
Normalmente costumo começar por ler-lhe um capítulo ou dois e depois ela continua sozinha ( e de manhã vai-me contando o que leu na noite anterior, enquanto lhe penteio o cabelo).
Com este não fui capaz, lemos o livro juntas, que eu não conseguia ficar sem saber o que se ia passar.
Sei que já vi o filme, mas pouco me lembrava. Fiquei com vontade de o rever, e de ver a versão anterior também.
Recomendadíssimo.
A D. Dolores que há em mim...
Estávamos sem saber se podia participar, porque normalmente não estamos cá na Páscoa, mas como este ano ficámos por cá, lá o deixamos participar.
Já participou noutros torneios, mas nunca nenhum tão a sério!
Quando cheguei, muito descontraída, no primeiro dia, quase tive um choque! Lista de participantes, pulseira de atleta, quadro gigante com as eliminatórias, mega equipa multimédia, fotógrafo profissional, dj e animador a dizer o nome dos jogadores e até os jogos a passar ao vivo no facebook e youtube!
A verdade é que o torneio começou e os rapazes foram ganhando, e com eles a ganhar o nosso envolvimento também aumentou proporcionalmente, e pois que a D. Dolores que há em mim esteve no auge: o meu menino deu tudo em campo, jogou super bem, marcou golos como se não houvesse amanhã, e jogo a jogo acabaram mesmo por acabar campeões!
Levámos tambores, vestimos t-shirts do clube (3 dias seguidos, ufa!) cantámos a plenos pulmões, e demos toda a força que conseguimos - no fundo demos tudo na bancada, como lhes pedimos para dar tudo em campo também.
E caramba, que bonito que foi!
Ganharam as meias finais nos penalties (que nervos!) com o nosso guarda-redes a marcar um e defender outro, levando a equipa à final.
Na final, o meu rico filho marcou dois golos num jogo renhido contra a equipa favorita, sem se deixar intimidar e sem nunca desistir. Que orgulho!
Foram 3 dias enfiados num pavilhão, com música, barulho, a gramar atrasos e a ver inúmeros jogos de futsal de outros meninos - mas a alegria de os ver receber uma taça debaixo de uma explosão de confetti compensou tudo!
Pode não voltar a haver um momento de glória como este - este já ninguém nos tira.
quarta-feira, 17 de abril de 2019
Mary vaidosa
Apesar de gostar bastante de ter as mãos arranjadas e as unhas pintadas, a verdade é que sempre disse que não me iam ouvir queixar de falta de tempo ou dinheiro com unhas vindas da manicure. Para mim pura e simplesmente não é prioritário, e até me faz confusão que seja.
Até agora nunca consegui aguentar as unhas pintadas muito tempo, não só porque se estragavam mas também porque ao fim de um tempo começo a precisar de ver a minha unha natural outra vez - pelo que não sei quanto tempo isto vai durar.
Não sou de mudanças bruscas, nunca pintei o cabelo e muito dificilmente faria uma tatuagem (apesar de ter tido muita vontade de o fazer na adolescência, quando ter uma tatuagem era mesmo uma cena rebelde) exactamente porque me custam estas mudanças permanentes.
Mas a verdade é que ando há meses com vontade de ter as unhas pintadas, e realmente não tinha tempo para as pintar - principalmente porque pintar em casa implica um tempo de secagem grande, e uma manutenção constante, porque ao fim de dois dias há bocados de verniz estalados, faça eu o que fizer.
E pronto, lá me convenci a experimentar esta técnica que tantas fãs tem.
Só experimentei duas vezes, mas agora percebo que seja difícil largar - a unha depois de tirar o verniz fica feia, mesmo a pedir para ser pintada de novo de uma cor diferente.
É um compromisso e implica gastar dinheiro, mas pronto, é só de duas vezes por mês.
O resultado é bom, gosto muito de ver as minhas unhas bonitinhas, acho que dá logo um outro ar ao meu armário cápsula e ao cabelo aos caracóis já com brancos a aparecer, e aguentam em óptimo estado durante duas semanas inteiras.
Por enquanto estou fã, não sei se vai durar muito tempo ou se é só por ser novidade...
Livro 13/19
Custou a entrar, talvez porque tinha acabado o livro anterior, de que tanto gostei.
Este não me cativou logo de início, mas acabou por me agarrar também.
No Goodreads dei 4 estrelas e não 5, porque às vezes acho que houve personagens pouco profundas, mesmo a própria protagonista (que parece ter um magnetismo que não fica muito bem explicado, a meu ver).
Fora isso, é de leitura obrigatória, e é um excelente livro, com uma história muito importante de contar - a vida dos escravos na América do s.XIX, uma rede clandestina de ajuda à fuga de escravos ("underground railroad" em inglês, que o autor transforma numa rede de caminhos de ferro subterrânea literal), a vida dos ex-escravos na suposta liberdade.
Tendo Portugal sido um país esclavagista, chego à conclusão que há tão pouco que sabemos sobre a escravatura, e o que esta implicou e que consequências teve para toda a humanidade, até hoje.
Recomendo.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Mais uma tempestade
Vamos lá ver qual será o desfecho.
Até lá já sabemos o que fazer: segurar bem para não cair borda fora.
Que a força esteja connosco.
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Livro 12 /19
Obrigatório.
Tão bem escrito, tão bem descrito.
A História de um país de que sempre ouvimos falar - o Biafra - sem de facto lhe conhecermos coisa nenhuma além da magreza dos corpos fotografados, e a insistência com que ouvimos na infância que temos de comer tudo porque em África os meninos não têm nada para comer (como aliás a autora tão bem observa).
E não é que continuamos todos calados enquanto milhares morrem por esse mundo fora?
(estou super fã desta autora, que ainda para mais é quase da minha idade)
quarta-feira, 3 de abril de 2019
Volte-face
Um dia da semana passada começou com a notícia da morte do irmão de um amigo, e acabou com a notícia de que o meu pai teria de ser (novamente) operado.
E de repente, tudo ganha outra importância e valor.
A operação correu bem, agora é ver que batalha terá de enfrentar a seguir.
Lidar com os problemas pouco a pouco, à medida que eles nos são apresentados, é a melhor maneira.
A vida continua, aconteça o que acontecer.
Essa é que é essa.
segunda-feira, 25 de março de 2019
Há vida para além dos livros? (uma espécie de post da semana)
Coisas a acontecer neste momento:
Um repensar da relação laboral por parte de quem, como eu, trabalha a recibos verdes.
Uma nova exposição, com guião por fazer.
Uma desmarcação de uma semana de trabalho, que por muito que custe financeiramente, vai saber bem em termos de descanso (vão ser só dois dias , mas pronto).
Mês de Março bastante ocupado e com muito trabalho, e a época alta já se nota e está mesmo aí à porta.
Dias mais compridos e quentes, criançada já de calções e manga curta, e fins de dia passados no campo/jardim ao pé de casa. O mais velho a jogar futebol (e a aprender todo o tipo de palavrões com os adolescentes do bairro, mas é a vida), a do meio de bicicleta já com grande andamento (já sabe andar em pé e tudo e já se espetou umas quantas vezes e esfolou os joelhos), a mais nova esparrama-se na terra e na relva, eu aprecio o por do sol com vista para o mar e para a serra e agradeço a vida que tenho.
Fins de dia e noites complicadas, sem tempo para nada, uma correria.
Fins de semana em que fica difícil (mas continuamos a tentar) enfiar uma actividade que gostamos mesmo, que não seja obrigação (é muito difícil!).
Todos os momentos em que tenho hipótese, leio. E que bem que sabe.
Livro 11/19
Importante para quem, como eu, trabalha com arte japonesa. Muitos conceitos são interessantes e vale a pena conhecer. Mas esperava muito mais.
sexta-feira, 22 de março de 2019
Livro 10/19
Comparando com outros livros do Joel Dicker que já li, este fica aquém da expectativa.
Está muito bem escrito como sempre, com alternância de capítulos e narradores de uma forma de nos prende, uma trama complexa sem deixar pontas soltas, e uma coisa que não costuma acontecer: a investigação seguir pistas falsas, ou colocar hipóteses que não se verificam.
No entanto, quando logo no início do livro acertamos em quem é o culpado, é porque alguma coisa não correu bem.
Recomendo, mas se tiverem de optar, sem dúvida escolham outro livro do mesmo autor, que vão melhor servidos.